57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

2° Fórum Covid-19


No dia 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a emergência de uma doença causada por um novo coronavírus SARS-CoV-2 constituía uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) e se tornou uma das maiores crises da humanidade moderna. O primeiro caso notificado da doença causada pelo novo Coronavírus (COVID-19) nas Américas ocorreu nos Estados Unidos da América, no dia 20 de janeiro de 2020. No Brasil, o primeiro caso foi notificado no município de São Paulo e teve início de sintomas no dia 23 de fevereiro de 2020. Até o dia 27 de junho de 2022, foram notificados aproximadamente 32.100.000 casos confirmados de COVID-19 no Brasil, com 671.000 óbitos. Infelizmente, o Brasil é o segundo país com a maior mortalidade mundial, o que impacta na qualidade de vida da população e do SUS.

Estima-se que entre 10 e 20% das pessoas que desenvolvem COVID-19, após se recuperarem dos efeitos agudos da doença, apresentem efeitos de médio e longo prazo. Atualmente, a variedade destes efeitos tem sido conhecida como “condição pós-COVID-19”, “COVID-19 longa” ou “síndrome pós-COVID-19”. Destaca-se que o conhecimento e a compreensão sobre os fatores desencadeantes e a totalidade do espectro de sinais e sintomas das condições pós-COVID-19 continuam evoluindo.

A evolução da vacinação em território nacional fez com que a taxa de mortalidade diminuísse consideravelmente ao ponto de o governo não considerar mais a COVID-19 uma emergência nacional desde o dia 22 de abril de 2022. Tal ação levou a população a desconsiderar os fatores agravantes e de transmissão da doença, ainda mais com o surgimento de novas variantes como a Ômicron que pode escapar parcialmente da vacina e trazer novas ondas de infecção e pressão hospitalar.

O vírus SARS-CoV-2 por se tratar de um vírus simples de RNA + tem se mostrado muito dinâmico em sua linha evolutiva o que garante ainda hoje, mesmo com o avanço da vacinação, muitas incertezas do desfecho da pandemia mundial.

Por isso, dada a complexidade da evolução clínica e de controle da COVID-19, o fórum COVID-19 de 2022 vem trazer discussões em 4 eixos científicos principais (vigilância, mecanismos de controle e prevenção, manejo clínico e, combate a desinformação) para contribuir na mitigação dos efeitos pandêmicos e da doença, sejam eles em sintomas ocasionados pela infecção ou o impacto gerado no sistema de saúde e na qualidade de vida da população. O fórum COVID-19 também trará conferências magnas que atualizarão os participantes dos principais avanços científicos para o entendimento da doença.

Apenas discussões qualificadas sob a luz da ciência é que poderão trazer subsídios e soluções desdobradas em políticas públicas que poderão combater a infecção pelo SARS-Cov-2 e todos os seus desdobramentos. Contando com profissionais de saúde e cientistas de destaque nacional e internacional, o fórum COVID-19 é mais uma contribuição que a SBMT promove para o entendimento da doença e seus mecanismos de controle para a melhor qualidade de vida da população brasileira e fortalecimento do SUS.

 

André Siqueira
Coordenador do 2º Fórum Covid-19

 

Rodrigo Stabeli
Coordenador do 2º Fórum Covid-19