57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO TEMPORAL DOS CASOS DE FEBRE MACULOSA DURANTE O PERÍODO DE 2011 A 2021 NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

Introdução

Objetivo(s)

Descrever a distribuição dos casos de Febre Maculosa Brasileira (FMB) no tempo e espaço no estado do Rio de Janeiro durante o período de 2011 a 2021.

Material e Métodos

Analisou-se a distribuição espacial por local provável de infecção (LPI) no estado e o perfil epidemiológico da FMB através da curva mensal de casos notificados ao longo dos onze anos do estudo, com descrição da classificação final dos casos e do perfil segundo sexo, mediana de idade e faixa etária considerando os desfechos confirmação/descarte, internação/não internação e cura/óbito. Para avaliar a diferença dos perfis realizou-se teste do Qui-quadrado e Wilcoxon (nível de significância de 5%). Utilizou-se dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), elaborando gráficos de séries temporais e mapa de casos por município/região de saúde. Os softwares Qgis versão 3.14.15, Excel versão 2205 e R versão 4.1.2 foram utilizados.

Resultados e Conclusão

Durante 2011 a 2021 foram notificados 1.356 casos de FMB, dos quais 955 (70,4%) foram descartados, 232 (17,1%) não foram encerrados e 169 (12,5%) foram confirmados (mediana de 14 casos confirmados de FMB por ano). Ano de 2019 destacou-se com o maior registro: 36 casos confirmados. A maioria dos casos confirmados foi de homens (117 ou 69,2%) e de pessoas com idade entre 40 e 59 anos (54 ou 32,0%). A transmissão se concentrou entre os meses de maio a novembro (138 ou 81,7%), 68 evoluíram ao óbito (letalidade de 40,2%) e 131 foram autóctones (77,5%) no estado. Os municípios de Itaperuna (25), Natividade (13) e Porciúncula (13), todos da região Noroeste, concentraram 38,9% (51) dos casos confirmados. A despeito de 69% dos casos e de 72% dos óbitos ser de homens, não houve diferença estatisticamente significativa no sexo entre casos confirmados e descartados e entre óbitos e curas. Houve diferença estatisticamente significativa (p valor <0,05) na idade dos casos confirmados (38 anos) e descartados (30 anos) e de idade dos casos que evoluíram ao óbito (44 anos) e dos que curaram (32 anos). Conclusão: Observou-se aumento importante na transmissão de FMB nos meses de maio a novembro. A mediana de idade dos casos que evoluíram ao óbito foi maior e estatisticamente diferente daqueles que curaram. A região Noroeste destacou-se por concentrar maior parte de casos, a maioria dos casos foi autóctone (77%) e a letalidade foi alta (acima de 40%).

Palavras-chave

febre maculosa, perfil epidemiológico, vigilância.

Área

Eixo 01 | Ambiente e saúde

Autores

Paula Maria Pereira de Almeida, Ana Paula da Costa Resendes, Gabriella da Cunha Nazário, Cristina Freire da Silva, Aline Maria Pereira de Almeida, Eduardo Mesquita Peixoto, Maíra Mendonça da Rocha, Paula Rita Dias de Brito Carvalho, Cristina Maria Giordano Dias, Silvia Cristina de Carvalho, Luciane de Souza Velasque