Dados do Trabalho
Título
Infecções Fúngica Em Pacientes Com Covid-19 Internados Em Um Hospital Privado de Fortaleza- CE
Introdução
As infecções fúngicas atingem principalmente pacientes imunocomprometidos com doenças crônicas e tratamentos prolongados com medicamentos, a exemplo dos antimicrobianos (TRABULSI et al., 2018).
Objetivo(s)
Descrever a frequência de coinfecção fúngica, o perfil microbiológico e de terapia antifúngica em pacientes com Covid-19 no ano de 2021 em um hospital privado de Fortaleza- CE.
Material e Métodos
O estudo tem caráter descritivo e retrospectivo realizado com dados do Programa de Gestão de Uso de Antimicrobianos (PGUA) de uma Operadora de Plano de Saúde (OPS) através da Área de Assistência Farmacêutica. Foram incluídos pacientes com Covid-19 confirmados por RT-PCR com internação em 2021. Foram excluídos pacientes com idade até 18 anos. Os dados foram retirados do sistema da OPS e analisados em Software Excel 2016. O projeto teve aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH) com número CAAE: 20508519.4.0000.5684.
Resultados e Conclusão
Foram acompanhados 2.326 pacientes com Covid-19 e desses 461(19%) fizeram terapia antifúngica resultando em 718 antifúngicos dos quais 49% eram da classe dos Triazólicos de 1ª Geração; 45% Equinocandinas e 6% Poliênicos. Os antifúngicos mais prescritos foram: Fluconazol (47%); Micafungina (29%); Anidulafungina (15%); Anfotericina B Lipossomal (4%) e outros (5%) com uma média de 8 dias de tratamento. Dessas 461 terapias, 192 (27%) tiveram cultura com crescimento de fungos. Avaliando o perfil microbiológico, verificou-se que 46% das culturas tiveram crescimento de Candida Albicans e 54% foram Candidas não-Albicans (29% de Candida Tropicalis; 10% de Candida Glabrata e 15% de outras espécies). O prazo de entrega das culturas foi de 4,3 dias e a média de dias entre a data da internação hospitalar e a coleta da cultura foi de 18,5 dias. Dessas culturas, 128 (85%) foram coletadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No estudo, o diagnóstico microbiológico da infecção ocorreu em média após 2 semanas de internação e, em sua maioria, foram coletadas na UTI sugerindo uma maior gravidade dos pacientes. Além disso a utilização de Fluconazol como principal antifúngico é embasada pela microbiologia e diante da microbiota hospitalar já conhecida. Conclui-se que infecções fúngicas devem ser diagnosticadas e devidamente tratadas de acordo com a microbiota hospitalar e, quando possível, guiados por cultura.
Palavras-chave
Antifúngicos; Programas de Otimização do Uso de Antimicrobianos; COVID-19
Área
Eixo 12 | Infecções causadas por fungos
Categoria
(Concorra com apenas um trabalho) Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado
Autores
Jessica Ferreira Romero, Mônica Cardoso Façanha, Lucas Oliveira Lima , Joel Bezerra Vieira