Dados do Trabalho
Título
AUTOMEDICAÇÃO E COVID-19: ANÁLISE DO ÍNDICE DA PRÁTICA E DOS FÁRMACOS UTILIZADOS
Introdução
No ano de 2020, o SARS-CoV-2 provocou uma pandemia, para qual o sistema de saúde brasileiro não estava preparado, ocasionando superlotação de leitos, medidas restritivas, medo nas pessoas de se contaminar ao sair para buscar atendimento médico, e elevado índice de automedicação, que possui intima relação com a divulgação de terapias sem comprovação científica, pela mídia e autoridades governamentais. A automedicação é uma prática desestimulada, uma vez que o uso irracional de medicamentos, com posologia e indicação equivocadas, pode comprometer drasticamente a saúde do indivíduo.
Objetivo(s)
Verificar a taxa de automedicação entre pessoas que manifestaram e não manifestaram sintomas de COVID-19, durante a pandemia do SARS-CoV-2.
Material e Métodos
Foi realizado um estudo transversal, quali-quantitativo e descritivo; com coleta de dados por meio de questionário on-line, para indivíduos maiores de 18 anos e que residem na região metropolitana de Belém. Foram incluídos todos os indivíduos que aceitaram participar e preencher o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa ocorreu entre março e maio de 2022, após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.
Resultados e Conclusão
No período avaliado houve 222 participantes voluntários; onde 146 (65,76%) desenvolveram sintomas durante a pandemia e destes, 89 (60,9%) se automedicaram. Os principais sintomas que induziram a automedicação foram dor de cabeça (73%), febre (60,67%), dor de garganta (59,55%), congestão nasal (57,3%), tosse (51,68%) e mal-estar geral (48,31%), sendo que 60,2% tiveram mais de um sintoma. No grupo sintomático percebeu-se que apenas 14 (15,7%) pessoas utilizaram apenas uma classe de fármacos, analgésicos não opioides (88,76%); os demais utilizaram mais de duas classes medicamentosas, sendo as mais usadas, depois dos analgésicos não opioides, foram os anti-inflamatórios não esteroidais (58,42%), antibióticos (35,95%), anti-histamínicos (24,71%) e antiparasitários (24,71%). Entre as pessoas que não manifestaram sintomas, houve elevada taxa de automedicação (43,42%), sendo também os analgésicos não opioides a classe mais utilizada (87,8%).Desse modo, percebe-se que a taxa de automedicação para combater a sintomatologia causada pelo SARS-CoV-2 foi elevada durante a pandemia. Ademais, houve utilização indevida de fármacos contraindicados para tratamento de viroses, como antiparasitários. Pessoas assintomáticas também se automedicaram irracionalmente pelo temor desencadeado por mídias e governos.
Palavras-chave
Automedicação; COVID-19; Pandemia
Área
Eixo 09 | COVID-19
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Micaella Yanne Fender Lobato, José Felipe Teixeira Borges, Letícia Lima Branco, Paulo Fábio Lopes Azevedo, Rita de Cássia Silva De Oliveira