Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE DA PREVALÊNCIA DE ATENDIMENTOS POR PICADAS DE COBRAS NO ESTADO DO PARÁ
Introdução
Acidentes ofídicos configuram um dos principais problemas de saúde pública em regiões tropicais e representam uma emergência clínica decorrente do contato com serpentes, as quais podem ser enquadradas em cinco gêneros de maior relevância para a saúde pública no Brasil: Bothrocophias, Crotalus, Lachesis, Micrurus e leptomicruru. A fisiopatologia deste envenenamento varia de acordo com a quantidade de veneno inoculado, local da picada e tempo decorrido para o atendimento ao paciente. Neste contexto, o estado do Pará, por ser uma região tropical, aloja um quantitativo alto de serpentes, sendo essencial o conhecimento do quadro epidemiológico da área.
Objetivo(s)
Analisar a prevalência do atendimento médico por picadas de cobras peçonhentas no estado do Pará.
Material e Métodos
Os dados foram coletados do Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Pará (CIATox-PA) no período de agosto de 2021 a abril de 2022, período de vigência online do Sistema Brasileiro de Dados de Intoxicações (DATATOX). O teste do qui-quadrado foi utilizado para comparar os dados.
Resultados e Conclusão
Foram relatados 30 acidentes por cobras peçonhentas no Estado do Pará em 16 municípios. Dentre os quais, Benevides (6; 20%), Tomé-Açu (5; 16,66%) e Belém (4; 13,33%) apresentaram a maior prevalência de casos. Os acidentes relatados tiveram como agente principal as cobras Bothrops jararaca (26; 86,66%). Apenas 1 caso evoluiu para óbito no período. A maioria dos expostos eram adultos (21; 70%; p < 0,01) do sexo masculino (24; 80%; p < 0,01) com idade média de 32,9 anos (±20,29; IC95% [25,32 - 40,48]). Em média, houve 3,3 (±1,88) exposições por mês analisado, sendo que os meses de fevereiro e abril contabilizaram o maior número de incidentes, ambos com 6 exposições; enquanto que em novembro nenhum caso foi registrado. Entre as horas registradas (25), a maioria das exposições ocorreram no turno da noite (10; 40%; p > 0,75), seguido do turno da tarde (8; 32%) e manhã (7; 28%). Em média, decorreram 30,8 (±55,6; IC95% [7,93 - 53,84]) horas entre o dia de exposição e o atendimento médico especializado, sendo que apenas 8 (32%) pacientes ultrapassaram o período de 24 horas. O tempo máximo registrado foi de 228 horas e o mínimo de 1 hora. Dessa forma, observa-se que a prevalência de acidentes ofídicos no período é expressiva e que o tempo para procura e acesso ao atendimento médico ainda é discrepante entre os casos, o que se configura como uma questão de saúde pública no estado do Pará.
Palavras-chave
Mordeduras de Serpentes; Animais venenosos; Assistência Ambulatorial; Brasil.
Área
Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Maria Elisa Leite Araújo, Erick Clayton Gonçalves Feio, Raissa Lorena Ferreira Pinto, Alice Marcely dos Santos Tuñas, Pedro Ícaro Amorim Gomes, Fernanda Barbosa Gomes dos Santos, Aimi Shinkai, Rayra Mesquita dos Santos, Marco André Albuquerque da Luz, Leonardo Yohan Santos Chucre de Lima, Alcinês da Silva Sousa Júnior