Dados do Trabalho

Título

O PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HANSENÍASE NO ESTADO DO PARÁ E NO MUNICÍPIO DE BELÉM, NOS ANOS DE 2016 A 2020

Introdução

A hanseníase é uma doença crônica granulomatosa e infecciosa, causada pelo Mycobacterium leprae. O bacilo causa lesões cutâneas e disfunção, geralmente irreversível, dos nervos periféricos.

Objetivo(s)

Descrever o perfil epidemiológico da hanseníase no estado do Pará e no município de Belém, capital do Estado.

Material e Métodos

Estudo descritivo observacional do tipo transversal de abordagem quantitativa. Os dados foram coletados no site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, incluindo as notificações de indivíduos residentes no estado do Pará e no município de Belém nos anos de 2016 a 2020. O estudo avaliou o número de notificações por sexo, faixa etária, escolaridade, além das taxas de prevalência, mortalidade e percentual de cura. A análise foi realizada pelo software Google Sheets Online.

Resultados e Conclusão

No estado do Pará, as pessoas mais acometidas foram as do gênero masculino (62,52%), de escolaridade de nível fundamental (70,38%) e faixa etária de 20 a 69 anos (78,34%). A taxa de prevalência no período foi de 18/10.000 hab. mortalidade de 1,34% e cura dos casos notificados de 67,47%. Em Belém (PA), as infecções representam 7,59% do total no estado, as pessoas mais acometidas foram as do gênero masculino (56,59%) e aqueles com escolaridade de nível fundamental (48,68%). A faixa etária de 20 a 69 anos (81,71%), foi a mais acometida. A taxa de prevalência foi de 8/10.000 hab., porém possivelmente exista um viés nesse dado considerando que a maior frequência de notificação é de casos em formas polarizadas, já que essas formas correspondem a 43,57% D, 23,81% V e 18,29% T e a mortalidade de 1,24%, registrando cura, dos casos notificados, de 67,30%.
Os resultados apontaram média endemicidade da doença no estado do Pará, porém com a maior frequência das notificações de casos em formas polarizadas. O município de Belém (PA) compreendeu menos de 10% do total de casos notificados no Estado, com endemicidade baixa, mas mantém também o padrão de maior notificação de casos em formas polarizadas. A elevada frequência de cura dos casos notificados é um indicador que sinaliza para o bom acompanhamento dos casos conhecidos. Não obstante, é imprescindível que sejam realizadas atividades de vigilância epidemiológica no tocante a busca ativa de casos, para o diagnóstico e o tratamento precoces, considerando a necessidade de controle da doença e o cumprimento do pacto junto à Organização Mundial da Saúde, que é de zero casos até o ano 2030.

Palavras-chave

Perfil de Saúde, Hanseníase, Epidemiologia Descritiva.