57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Fluxo de casos de Febre Amarela na Região Metropolitana de São Paulo, 2017 e 2018.

Introdução

A febre amarela é uma infecção viral causada por um vírus do grupo das arboviroses que pode apresentar circulação silvestre ou urbana. Em 2017, a região Sudeste registrou uma epidemia que teve casos confirmados nos quatro estados que a compõem. Em São Paulo, os casos ocorreram entre os anos de 2017 e 2019, atingindo diferentes regiões do estado.

Objetivo(s)

Identificar os fluxos de casos de febre amarela silvestre em humanos na Região Metropolitana de São Paulo nos anos de 2017 e 2018.

Material e Métodos

Os casos confirmados foram obtidos a partir de uma planilha disponibilizada pelo Ministério da Saúde no portal eletrônico “Fala Brasil”. Utilizando as informações sobre município de Local Provável de Infecção (LPI), origem, e município de residência, destino, foi possível construir um mapa de fluxo.

Resultados e Conclusão

Os casos se concentram nos períodos de verão, entre os meses de dezembro e março de cada ano. O município de Mairiporã foi o principal exportador de casos para outros municípios, tanto em número de casos (72), quanto em conexões (8), as conexões com os maiores números de casos são com os municípios de São Paulo (50) e Guarulhos (14). O segundo município com mais conexões é Santa Isabel (5), LPI de 8 casos cujos pacientes residiam em Guarulhos (2), Itaquaquecetuba (2), Mogi das Cruzes (1) e São Paulo (3) e local de residência de um paciente cujo LPI foi o município de Arujá. É possível concluir que a maior parte se deu em função do turismo, tanto pelo período quanto pelas características dos municípios LPI com os maiores números de casos e conexões. Mairiporã e Santa Isabel são considerados Município de Interesse Turístico (MIT), com natureza preservada e por isso seus atrativos incluem atividades de turismo rural e ecoturismo.
O resultado da análise de fluxos para febre amarela silvestre em humanos demonstra a necessidade de atenção à saúde do viajante durante períodos de epidemias mesmo que os deslocamentos ocorram dentro da mesma região metropolitana, uma vez que esse deslocamento dos seres humanos pode acelerar o espalhamento da doença pelo território e tornar mais difícil ações de contenção. O entendimento dos fluxos de deslocamento de LPI para os municípios de residência pode contribuir para a elaboração futura de estratégias de contenção frente a uma nova epidemia de febre amarela.

Palavras-chave

Febre amarela, fluxo, doenças transmissíveis

Área

Eixo 01 | Ambiente e saúde

Autores

Maíra Mendonça da Rocha, Claudia Torres Codeço, Cosme Marcelo Furtado Passos da Silva