57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

IMPACTO DA PANDEMIA POR SARS-CoV-2 NA CIRCULAÇÃO DO VÍRUS INFLUENZA

Introdução

Objetivo(s)

Avaliar o impacto da pandemia por SARS-CoV-2 na circulação do vírus influenza nas regiões Norte e Nordeste do Brasil no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2021.

Material e Métodos

Amostras de aspirado de nasofarínge ou swab combinado coletadas de pacientes com sintomas de síndrome respiratória aguda e encaminhadas ao Instituto Evandro Chagas. Em seguida foi realizada a extração do genoma viral e detecção por RT-qPCR utilizando iniciadores e sondas específicos para influenza A (H1N1pdm09 e H3N2), influenza B e para SARS-CoV-2.

Resultados e Conclusão

No ano de 2019, período anterior a pandemia, o vírus influenza foi responsável por 17% dos casos positivos (478/2.822), sendo que o subtipo H1N1pdm09 ocasionou 58,57% dos casos, o H3N2 17,36% e o influenza B 24,05% das infecções. Em 2020 pôde-se observar que nos meses de janeiro e fevereiro 22% das amostras (118/525) foram positivas para influenza (H1N1pdm09=47,46%, H3N2=2,54% e, Influenza B= 50%). Em março, com a introdução do SARS-CoV-2, a positividade para influenza foi 9,6% (166/1.733: H1N1pdm09= 45,78%, H3N2=3,01% e influenza B= 51,20%), enquanto que SARS-CoV-2 teve uma detecção de 6,4% (111/1.733). No mês de abril, o influenza foi detectado apenas em 0,4% (12/3.303) dos casos (H1N1pdm09=50% e influenza B= 50%), em contrapartida cerca de 53% das amostras foram positivas para SARS-CoV-2 (1.742/3.303). A partir do mês de maio até dezembro de 2020 não houve a detecção de influenza, à medida que o vírus SARS-CoV-2 foi detectado em aproximadamente 31% (2.221/7.067) dos casos. De janeiro a outubro de 2021 houve uma baixa detecção de influenza correspondendo a 0,7% (7/1048) das infecções (H1N1pdm09= 71,43% e influenza B=28,57%), enquanto a detecção de SARS-CoV-2 foi de 43% (1.248/2.885). Em novembro e dezembro de 2021 o vírus influenza A (H3N2) foi detectado em 56% (219/385) e SARS-CoV-2 em 10% (42/423) das infecções. Com a introdução do SARS-CoV-2 no cenário mundial, foi possível observar a flutuação entre a circulação do vírus influenza e SARS-CoV-2, ainda que em alguns períodos circulassem concomitantemente. Não houve detecção de influenza no período de maio a dezembro de 2020, assim como em alguns meses de 2021, retornando a assumir o protagonismo epidemiológico nos dois últimos meses de 2021. Esses dados demonstram a importância do monitoramento contínuo dos vírus respiratórios e da verificação do perfil da flutuação temporal que tais agentes apresentam auxiliando, dessa forma, nas medidas de prevenção e controle.

Palavras-chave

Pandemia; SARS-CoV-2; Influenza.

Área

Eixo 09 | COVID-19

Autores

Delana Andreza Melo Bezerra, Rayssa Layna da Silva Bedran, Amanda Mendes Silva, Wanderley Dias Chagas, Stephany Teixeira Lima Nobre, Izabela de Oliveira Pinheiro, Edvaldo Tavares da Penha Junior , Luana Soares Barbagelata, Jessylene de Almeida Ferreira, Luana da Silva Soares, Mirleide Cordeiro dos Santos