Dados do Trabalho

Título

Fatores genético-imunológicos e infecção por SARS-CoV-2 em povos indígenas da Amazônia brasileira: lectina de ligação à manose (MBL).

Introdução

A pandemia da Covid-19 criou a expectativa de uma mortalidade elevada entre os indígenas brasileiros, como em epidemias virais anteriores. Porém, os dados mostram que o vírus circulou rapidamente, mas a taxa de mortalidade foi muito baixa, com soro prevalência elevada de IgG nas aldeias antes da imunização. Vários genes parecem explicar o curso da doença, entre eles o da lectina de ligação à manose (MBL), um mediador da defesa de primeira linha contra patógenos, e cuja deficiência causa suscetibilidade aumentada para SARS-CoV-2 e afeta o fenótipo clínico da doença. Isso pode ser causado por mutações (SNPs).

Objetivo(s)

. Investigar o gene MBL2 em indígenas da Amazônia.

Material e Métodos

Foram analisados 263 indígenas do Pará, atendidos em 2020 e 2021 por equipes de saúde da UFPA, SESPA e DSEIs. Foram genotipados os SNPs rs1800450 C>T, rs5030737 G>A e rs1800451 C>T em ensaio TaqMan - RT-PCR.

Resultados e Conclusão

A variante T do rs1800450 C>T teve frequência elevada (54,4%), mais alta do que em asiáticos (17,5%), europeus (14,2%) e africanos (3,8%). A variante A do rs5030737 G>A também teve frequência elevada (49,1%), superior à de asiáticos (0,04%), europeus (7,1%) e africanos (1,4%), enquanto que o alelo T do rs1800451 C>T teve frequência baixa (0,4%), como em asiáticos e europeus, porem inferior à de africanos (22,2%). A variabilidade nos rs1800450 e rs5030737 pode ter causado maior predisposição à infecção pelo SARS-CoV-2, mas não parece ter sido determinante para agravar o quadro clínico, que foi em geral leve ou moderado. Mas é necessário investigar as variantes em estudo de caso-controle nos indígenas para avaliar seus efeitos.

Palavras-chave

Covid-19; Indígenas; MBL.

Área

Eixo 09 | COVID-19