Dados do Trabalho

Título

Fatores genético-imunológicos e infecção por SARS-CoV-2 em povos indígenas da Amazônia brasileira: Interleucinas.

Introdução

A pandemia da Covid-19 criou a expectativa de uma mortalidade elevada entre os indígenas brasileiros, como em epidemias virais anteriores. Porém, os dados mostram que o vírus circulou rapidamente, mas a taxa de mortalidade foi muito baixa, com soro prevalência elevada de IgG nas aldeias antes da imunização. Vários genes parecem explicar o curso da doença, e a produção excessiva de citocinas ativadas pelo Sars-CoV-2, por exemplo, pode ser devida a interleucinas que ajudariam na tempestade de citocinas levando a grave progressão da doença.

Objetivo(s)

Investigar genes de interleucinas em indígenas da Amazônia.

Material e Métodos

Foram analisados 263 indígenas do Pará, atendidos em 2020 e 2021 por equipes de saúde da UFPA, SESPA e DSEIs. Foram genotipados os genes IL4 (rs2243250 C>T), IL10 (rs1800896 T>C) e IL-17A (rs2275913 G>A e rs4711998 A>G), em ensaio TaqMan - RT-PCR.

Resultados e Conclusão

A variante C (rs1800896 T>C) teve frequência alta (80%), maior do que em populações continentais, e a variante T (rs2243250 C>T) teve frequência baixa (5,5%), como em asiáticos (6,3%). O alelo A do rs2275913 G>A teve frequência baixa (12,5%) comparada à de asiáticos (45%) e europeus (35%), mas similar à de africanos (9%). A variante G teve frequência elevada (57%) quanto a asiáticos (25%) e africanos (43%), porém menor do que em europeus (74%). A variabilidade genética poderia predispor níveis altos de citocinas pró-inflamatórias na Covid-19 nos indígenas, mas como o quadro clínico foi leve ou moderado, é possível que isso se deva a menor susceptibilidade à infecção em estágios iniciais por ação de genes como ACE2 e TMPRSS2, por exemplo.

Palavras-chave

Covid-19; Indígenas; Interleucinas.