Dados do Trabalho
Título
Competência vetorial de Aedes albopictus para o vírus da febre amarela
Introdução
A Febre amarela (FA) está entre as principais arboviroses no mundo e, Aedes albopictus tem sido proposto como potencial vetor de transmissão do Vírus da Febre Amarela (VFA), tendo em vista que apresenta suscetibilidade a este vírus sob condições experimentais e possui facilidade de habitar áreas urbanas e silvestres, podendo servir como hospedeiro de ligação dos arbovírus circulantes nestes ambientes distintos.
Objetivo(s)
Verificar a competência vetorial de Aedes albopictus para o vírus da Febre amarela.
Material e Métodos
Para a realização da infecção experimental, foram utilizadas fêmeas de Ae. albopictus oriundas do Laboratório de Entomologia Médica, da Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do Instituto Evandro Chagas, Ananindeua, Pará. Estas foram expostas por 30 minutos ao repasto sanguíneo em primatas não humanos infectados com o VFA, no Laboratório de Nível de Biossegurança 3. Após o repasto, as fêmeas foram colocadas em gaiolas de dupla forragem e mantidas com solução de glicose a 10%, a uma temperatura média de 28ºC. A extração de saliva aconteceu de modo individual no 14º e 21º dias pós-infecção (dpi) e foi realizada inserindo a probóscide de cada fêmea em ponteira de 10 μL contendo 5 μL de Soro Bovino Fetal a 10% por 30 minutos. As amostras de saliva foram organizadas em pools de 10 exemplares e pipetada em tubo contendo 45 μL de meio Leibowitz L-15. Posteriormente foram inoculadas em cultura de células clone C6/36 e mantidas em meio de manutenção L-15. Após sete dias, as células foram colhidas para imunofluorescência indireta utilizando-se 10 μL de anticorpo monoclonal.
Resultados e Conclusão
Foram formados quatro pools do 14º e do 21º dpi (totalizando oito). Para o 14º dpi, três pools foram positivos, enquanto no 21º dpi somente um pool apresentou resultado positivo para o VFA. Este estudo demonstrou que o Ae. albopictus possui competência vetorial para o VFA e que o 14º dpi apresenta os melhores resultados para a presença do vírus na saliva. Esse resultado reforça a necessidade de avaliar e acompanhar a distribuição de Ae. albopictus no Brasil, bem como acionar as ferramentas da vigilância epidemiológica adequadas por meio do poder público, como vacinação e controle vetorial, a fim de evitar a reurbanização da FA, bem como outros contextos de riscos na transmissão de arbovírus por este vetor.
Palavras-chave
Aedes albopictus, Vírus da Febre Amarela, Competência vetorial
Área
Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores
Categoria
(Concorra com apenas um trabalho) Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Mestrado
Autores
Rossela Damasceno Caldeira, Carine Fortes Aragão, Maria Oliveira Freitas, Pedro Arthur Silva Araújo, Daniel Damous Dias, Milene Silveira Ferreira, Paulo Henrique Gomes Castro, Eliana Vieira Pinto, Lívia Carício Martins, Joaquim Pinto Nunes Neto, Ana Cecília Ribeiro Cruz