Dados do Trabalho

Título

A tuberculose na Região Intermediária de Montes Claros, Minas Gerais, na perspectiva dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Introdução

A tuberculose (TB) continua sendo um sério e desafiador problema de saúde pública.

Objetivo(s)

Analisar a distribuição epidemiológica e espacial da TB na Região Intermediária de Montes Claros (RIMC) na perspectiva dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável do Milênio.

Material e Métodos

Foram analisados dados públicos de TB obtidos no DATASUS, geradas as taxas de incidência e mortalidade/100 mil habitantes para o período de 2015 a 2020 e apresentadas em mapas (base cartográfica digital-IBGE). Outras variáveis analisadas: sociodemográficas, coinfecção/HIV e situação de encerramento do tratamento. Técnicas estatísticas: Elipse de distribuição direcional (EDD), índice de associação espacial de Moran Univariado/ano e Indicador Local de Associação Espacial (LISA) (p<0,05). Para análise da associação espacial na perspectiva dos ODS foram calculados os Índices de Vulnerabilidade Social (IVS) e de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), 2010.

Resultados e Conclusão

Foram diagnosticados 1752 casos de TB no período, com coeficiente de incidência de 17,8 casos/100 mil habitantes e de mortalidade de 1,3. O ano de 2020 apresentou queda na incidência. A maioria dos casos é do sexo masculino (67,0%), com faixa etária de 20 a 69 anos, escolaridade de 1ª a 4ª série (19,6%) e raça parda (66,1%), apresentando coinfecção negativa para HIV em 74,0% dos testados. Em relação à situação de encerramento dos casos de TB, 66% se curaram e 9,3% abandonaram o tratamento. Entre os municípios analisados, 95,3% tiveram casos de TB. A análise da EDD identificou um movimento de maior concentração em direção à porção Nordeste da RIMC. Apesar da fraca associação espacial, indicada pelo índice de Moran, alguns agrupamentos de municípios com relações do tipo alto-alto ou baixo-baixo foram identificados. A análise da distribuição espacial indicou que a região apresenta alto índice de vulnerabilidade social (0,2 a 0,6) e do IDHM (0,6 a 0,7), classificados como médios, não havendo forte correlação linear pelo coeficiente de Pearson. O Índice de Moran Bivariado não indicou correlação na distribuição espacial.A RIMC enquadra-se no grupo de municípios cujos indicadores socioeconômicos e operacionais são desfavoráveis, necessitando incorporar ações básicas de controle da TB. Esse estudo utilizou dados secundários e como limitação foram identificadas a possível subnotificação de registros e o não georreferenciamento dos dados, o que prejudica avaliação da doença em cada município.

Palavras-chave

Tuberculose, Epidemiologia, Distribuição espacial