Dados do Trabalho
Título
Análise Comparativa in Silico das Propriedades Farmacocinéticas e Toxicodinâmicas de Produtos Naturais com Potencial Atividade Inibitória na Infecção pelo SARS-CoV-2
Introdução
Em um contexto de emergência em saúde pública, como a pandemia de COVID-19, a otimização de recursos para testagem de potenciais fármacos por meio de ferramentas computacionais é vital para agilizar o desenvolvimento de uma intervenção terapêutica eficaz. Nesse sentido, um estudo recente de docagem molecular baseada em supercomputador identificou 47 compostos potencialmente capazes de se ligarem fortemente à interface de interação entre a proteína S do SARS-CoV-2 e a ACE2, sendo 17 deles produtos naturais.
Objetivo(s)
Determinar quais produtos naturais de potencial ligação à interface de interação S-ACE2 têm maior viabilidade para utilização como medicamentos orais no tratamento da COVID-19.
Material e Métodos
Os códigos SMILES dos produtos naturais foram obtidos na base de dados ZINC15 e submetidos à plataforma SwissADME, para predição de parâmetros de absorção, distribuição, metabolização e excreção, e ao programa OSIRIS Property Explorer, para avaliação do risco de toxicidade.
Resultados e Conclusão
Quanto à absorção gastrointestinal, luteolina, quercetina, eriodictiol, coclaurina, leucopelargonidina, naringenina, chiconina, isofebrifugina, hidrangenol, fustina e escutelareína apresentaram alta propensão, enquanto miricetina, gossipetina, ácido digálico, glicogalina, leucodelfinidina e quinonoide apresentaram baixa propensão. Com relação à penetração na barreira hematoencefálica, apenas hidrangenol foi potencialmente capaz de atravessar tal estrutura passivamente. No que diz respeito à interação com CYPs, fustina, eriodictiol, leucopelargonidina e quinonoide não apresentaram efeito inibitório, ao passo que as demais substâncias apresentaram inibição de pelo menos um dos membros dessa superfamília de proteínas. Por fim, acerca dos fatores de toxicidade (mutagênese, tumorigênese, efeitos irritantes e alterações reprodutivas), gossipetina, miricetina e quercetina tiveram pelo menos uma pontuação de alto risco, hidrangenol teve pelo menos uma pontuação de risco intermediário e os outros compostos químicos tiveram apenas pontuações de baixo risco. A predição in silico realizada nesta pesquisa indicou que os produtos naturais fustina, eriodictiol e leucopelargonidina devem ser priorizadas em testes in vitro e in vivo de fármacos anti-SARS-CoV-2 em razão das suas vantajosas propriedades farmacocinéticas e toxicodinâmicas, de modo a prover aceleração técnica e economia de recursos em estudos futuros voltados ao tratamento da COVID-19.
Palavras-chave
Antivirais; Biologia Computacional; COVID-19; Produtos Biológicos.
Área
Eixo 09 | COVID-19
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Rafael Cunha Almeida , Nailla Byatriz Silva Morais, Sócrates Sousa Sampaio, Carlos Alberto Marques Carvalho