57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

IDENTIFICAÇÃO DE BOCAVÍRUS SUÍNO EM ESPÉCIMES FECAIS PROVENIENTES DE MUNICÍPIOS DA MESORREGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM E NORDESTE DO ESTADO DO PARÁ

Introdução

A carne suína se destaca no cenário internacional por ser umas das proteínas de origem animal mais produzidas e consumidas no mundo. Os rebanhos são acometidos frequentemente por patógenos entéricos causando infecções, que podem levar a perdas econômicas consideráveis. Os bocavírus suínos (PBoV) são patógenos emergentes, recentemente detectados, possivelmente associados a doenças do sistema respiratório e gastrointestinal desses animais.

Objetivo(s)

O presente estudo objetivou investigar a detecção do PBoV em espécimes fecais de animais de produção provenientes de municípios da mesorregião metropolitana de Belém, Pará.

Material e Métodos

Foram coletadas 165 amostras de leitões em fase de maternidade e pós desmame durante os anos de 2008 e 2009. A técnica de PCR qualitativa para amplificação dos genes NP1/VP1 foi utilizada para o diagnóstico do PBoV, cujos amplicons apresentavam os tamanhos de 531, 291 e 384 pares de base para os genogrupos G1, G2 e g3, respectivamente. Foi realizado o sequenciamento genético de Sanger para caraterização dos genogrupos e as sequências nucleotídicas obtidas foram alinhadas e editadas utilizando o programa Geneious Prime (v.10.2.6). As distâncias calculadas entre as sequências foram analisadas através do algoritmo de Neighbor-Joining adotando 1000 réplicas de bootstrap na montagem do dendrograma.

Resultados e Conclusão

A frequência do PBoV foi de 43 % (71/165), sendo este mais prevalente em suínos na faixa etária de 0 a 28 dias, correspondendo a 59,2% dos casos (42/71). Com relação ao gênero, o PBoV foi encontrado tanto em machos (47,9%) quanto em fêmeas (43,7%). Ao analisar os genogrupos do PBoV, verificou-se prevalência maior do tipo G3, correspondendo a 43,7% dos casos (31/71), seguido do genogrupo G2 (31%). Foi observado um percentual de 25,3% de coinfecções relacionados ao genogrupo G2 e G3. O Brasil apresenta resultados muito sutis relacionado as infecções pelo PBoV na suinocultura. Na presente análise, foi possível identificar este agente circulando em instalações de suinocultura comercial localizadas no Estado do Pará. Novos estudos são necessários a fim de avaliar o papel desse vírus como agente patogênico nesta população.

Palavras-chave

Bocavírus suíno; PBoV; Genogrupos; Coinfecção.

Área

Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus

Autores

Fabrício Quaresma Silva, Kenny Pinheiro, Patrícia dos Santos Lobo, Macyclelma Alves Albuquerque, Delana Andreza Melo Bezerra, Sylvia de Fátima dos Santos Guerra, Luana da Silva Soares