57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

A PREVALÊNCIA DE SÍFILIS CONGÊNITA A PARTIR DOS CASOS NOTIFICADOS NO PARÁ ENTRE 2011 A 2021.

Introdução

A sífilis se enquadra como uma infecção sexualmente transmissível decorrente da bactéria Treponema pallidum e sua via de transmissão pode ser via contato sexual, por transfusão sanguínea ou pela via materno fetal, ocasionando a sífilis congênita. A verificação da prevalência de tal doença permite avaliar a qualidade de assistência à saúde materno-infantil e visualizar a condição atual do cuidado pré-natal no Pará.

Objetivo(s)

Investigar a prevalência da sífilis congênita a partir dos casos notificados no Pará no período de 2011 a 2021.

Material e Métodos

Realizou-se um estudo epidemiológico quantitativo e descritivo via dados coletados no DATASUS, por intermédio do SINAN. Para o delineamento estatístico as variáveis município, faixa etária infantil, escolaridade materna e realização do pré-natal durante os anos de 2011 a 2021 foram delimitadas para a caracterização do estudo.

Resultados e Conclusão

RESULTADOS: Observou-se um número total de 7.278 casos, em que Belém (1377 casos), Marabá (1117 casos), Bragança (448 casos), Ananindeua (440 casos) e Marituba (438) foram as cidades com maiores notificações. Quanto à faixa etária infantil, a idade de diagnóstico neonatal de até 6 dias foi a mais frequente, com 6.973 casos (95,8%) em seguida do período de 7-27 dias com 173 casos (2,3%). Em relação à escolaridade somente 918 mães (12,6%) possuem o ensino médio completo e 55 (0,75%) o ensino superior completo. Por fim, quanto a realização do pré-natal desses pacientes, 6.155 mães (84,5%) realizaram tais procedimentos preventivos, o que de 2019 (802) até 2021 (362) teve uma queda considerável de aproximadamente 55%, de pré-natais realizados no Estado nesse período. CONCLUSÃO: O presente estudo nota que entre os 5 municípios que mais incidem o diagnóstico de sífilis congênita, 3 são de cidades da região metropolitana de Belém, fato que aponta para uma concentração diagnóstica na prevalência dessa doença, colaborando para uma subnotificação em regiões menos centrais. E, apesar da idade diagnóstica e da realização de cuidados pré-natais estarem em uma taxa adequada, nos anos em que a pandemia de COVID-19 foi mais intensa, os cuidados na gestação foram reduzidos, o que indica uma necessidade de elaborar ações voltadas à manutenção desses procedimentos em níveis normais, como em 2019. Além disso, pela reduzida taxa de escolaridade nas pacientes diagnosticadas, políticas públicas voltadas à educação tornam-se urgentes na resolução desse cenário epidemiológico.

Palavras-chave

Sífilis congênita; Perfil epidemiológico; Análise espaço-temporal

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Autores

GABRIEL NERY LIMA, ISRAEL FIGUEIRA LEMOS, GISELY SEGUCHI SPINASSÉ, LUCAS DIAS SILVA, ANDREA LUZIA VAZ PAES, LUMA MARIA FAVACHO BORDALO