57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE DO PERFIL SOCIOECONÔMICO E EPIDEMIOLÓGICO DE HANSENÍASE NA VILA DO PRATA, PARÁ

Introdução

A hanseníase é uma infecção crônica da pele e dos nervos periféricos causada por Mycobacterium leprae. Está relacionada com condições de desigualdade socioeconômica, atingindo regiões mais pobres no mundo, sendo estigmatizada em muitas comunidades. Nesse viés, no século XX, a Vila de Santo Antônio do Prata, localizada no município de Igarapé-Açu, no Estado do Pará, foi uma colônia agrícola criada para abrigar pessoas infectadas pelo bacilo e segregar do restante da sociedade na época.

Objetivo(s)

Analisar o perfil epidemiológico e socioeconômico relacionado à hanseníase na Vila de Santo Antônio do Prata, no Estado do Pará.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo transversal, descritivo e quantitativo. Os dados foram coletados em 2022, a partir de um questionário composto por perguntas objetivas, que teve como critério de participação idade mínima de 18 anos e ser morador da Vila Santo Antônio do Prata.

Resultados e Conclusão

Foram entrevistadas 36 pessoas residentes da vila, com predomínio do sexo masculino, autodeclarados pardos e com ensino médio completo. Em relação ao tipo de moradia, predominam casas de alvenaria (61,1%) e que consomem água de poço (52,8%). Ademais, 94,4% das pessoas relatam não residir em rua pavimentada. Entretanto, 97,2% e 100% apresentam, respectivamente, rede elétrica e coleta de lixo. No que se refere aos serviços de saúde na colônia, 97,2% têm acesso. A respeito do contexto histórico da vila sobre hanseníase, 63,9% dos entrevistados afirmaram não terem sido diagnosticados com a doença. Das pessoas que foram infectadas, 92,3% declararam sintomas de manchas na pele, 76,9% tiveram dormência na área afetada, 53,8% falta de sensibilidade, 30,8% apresentaram mãos em formato de “garra” e alteração de temperatura no local. Ademais, 23,1% observaram inchaços e 15,4% observaram ínguas na região do corpo infectada. Com relação ao tratamento, 87,5% fizeram completamente e 91,7% realizaram regularmente. Ao serem questionados, se houve casos de hanseníase na família, 66,7% responderam que sim, desses, 50% correspondem aos pais, 35,7% as mães, 21,4% tanto irmãos, quanto cônjuges e 14,3% os avós. Percebe-se uma mudança no perfil epidemiológico para hanseníase na vila, tendo em vista, maior porcentagem de pessoas que não apresentam a doença, mas com familiares já infectados. Fato que pode estar relacionado com melhorias no controle e prevenção do bacilo de Hansen.

Palavras-chave

Bacilo de Hansen; Colônia do Prata; Epidemiologia.

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Autores

Débora Evelyn Ferreira Silva, Rafael Hipolito Pires Batista, Marcia Mayanne Almeida Bezerra, Gabriela de Lima Melo, Ícaro Natan Da Silva Moraes, Lorena Brasil Fernandes, Max Chaves Mota Junior, Roberto de Faria Espinheiro, Edilene Silva da Costa, Rossela Damasceno Caldeira