Dados do Trabalho

Título

ACIDENTES CAUSADOS POR ANIMAIS PEÇONHENTOS: UM OLHAR RETROSPECTIVO ACERCA DOS ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS.

Objetivo(s)

Caracterizar o perfil epidemiológico de acidentes causados por animais peçonhentos.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, quantitativo, retrospectivo dos casos notificados de acidentes por animais peçonhentos, na mesorregião do Baixo Amazonas. Foram analisados os períodos de 2017 a 2021, contemplando as variáveis raça, sexo, faixa etária, escolaridade, tipo de acidente, evolução, e ano de acidente, presentes no Sistema de Informação de Agravos de Notificação da base de dados do Datasus. Incluíram-se os casos que apresentaram desfechos positivos (cura) ou negativos (óbito).

Resultados e Conclusão

Entre anos de 2017 a 2021, identificou-se uma média de 917,4 casos anuais, sendo a maior incidência no ano de 2021 (24,32%) e um menor percentual em 2018, totalizando 16,19%. Ao analisar a raça, verificou-se a prevalência de acidentes da raça parda, com 3.569 notificações, seguidos pela raça IGN/Branca com 515 casos, pela raça branca com 229 e preta 206 casos e pela raça indigena e amarela com 38 e 31 casos, respectivamente. Analisando a faixa etária, evidenciou maior números de casos entre 20 a 39 anos, com um total de 1681 acidentes. No que tange a escolaridade, o maior percentual foi observado em indivíduos com a 1ª a 4ª série incompleta do ensino fundamental com 17, 20% dos agravos. A respeito do tipo de acidente, o maior número de casos notificados foi causados por escorpião (45,12%), seguidos por serpentes (42,66%), aranha (3,6%), abelha (1,83%), lagarta (0,56%) e outros (5,36%). Em relação à evolução à cura, foram mais de 87% dos casos com cura dos acidentes por animais peçonhentos e apenas 20 casos de óbitos. Por fim, a variável sexo foi caracterizada como inconclusiva. Conclui-se, portanto, que o aumento gradual de acidentes causados por animais peçonhentos dentro desses 5 anos é um agravo preocupante incluído nas doenças tropicais presentes no Baixo Amazonas. Por isso, conhecer o perfil epidemiológico desses casos é de suma importância para que ações de prevenção sejam direcionadas e eficientes. Com isso, um plano de diligência voltado para as variáveis de maior incidência torna-se um fator primordial. Entretanto, percebeu-se também um grande número de casos ignorados ou em branco, o que pode impedir uma análise mais aprofundada e clara, dificultando o estudo científico.

Palavras-chave

perfil epidemiológico, acidentes com animais peçonhentos, Baixo Amazonas.