Dados do Trabalho

Título

Identificação molecular e suscetibilidade antifúngica de Candida spp. isoladas de pacientes da região de Porto Velho, Rondônia

Introdução

As infecções fúngicas oportunistas têm se tornado uma das principais causas de infecções em ambientes hospitalares, principalmente em pacientes imunocomprometidos. Nesse cenário, leveduras do gênero Candida são responsáveis por cerca de 80% das infecções, resultando em aumento de gastos hospitalares, além de altas taxas de morbimortalidade. Devido ao crescente desenvolvimento de resistência aos antifúngicos, espécies de Candida resistentes a drogas estão listadas como ameaças graves à saúde. Assim, com base na diversidade de espécies e seus mecanismos de virulência, patogenia e resistência, a identificação de Candida spp. auxilia na escolha terapêutica adequada e prognóstico mais promissor.

Objetivo(s)

Identificar Candida spp. de diferentes amostras clínicas de pacientes de Porto Velho-RO, e determinar a suscetibilidade aos antifúngicos.

Material e Métodos

O presente estudo incluiu pacientes atendidos em 2021. As espécies foram caracterizadas por meio de PCR da região ITS do rDNA fúngico acoplada ao sequenciamento genético. A determinação da suscetibilidade aos antifúngicos foi realizada pelo método de disco-difusão conforme o protocolo M44-P.

Resultados e Conclusão

Dos 19 pacientes com diagnóstico de Candida spp. no período, 58% foram mulheres, com idade média de 52 anos; 63% estavam internados (50% em UTI) e 26% eram ambulatoriais. Entre os internados, 75% apresentavam quadro pulmonar: Tuberculose (42%), DPOC (25%), Covid-19 (17%), ou Pneumonia (17%). Entre os ambulatoriais, 40% apresentava Diabetes melitus e 40% Leishmaniose. Dos isolados, 63% foram provenientes de escarro, 16% de escamas epidérmicas, 10% de escamas ungueais, 5% de lavado brônquico e 5% de aspirado traqueal, demonstrando uma maior prevalência das espécies de Candida como agentes causadores de infecções sistêmicas oportunistas e uma minoria, responsáveis por micoses cutâneas. Predominou C. albicans, com 79% dos isolados, seguida de C. tropicalis (16%) e C. parapsilosis (5%). Foi observada resistência dos isolados ao fluconazol (89%), itraconazol (79%), anfotericina B (10%), nistatina (10%) e miconazol (5%).
O presente estudo evidenciou a ocorrência de 3 espécies de Candida, com C. albicans a mais prevalente. Além disso, houve altas taxas de resistência aos antifúngicos triazólicos de primeira escolha. Os resultados obtidos fornecem subsídios importantes no contexto da Saúde Pública, em especial, diante das estratégias de tratamento, controle e prevenção de casos de candidíase na região.

Palavras-chave

Candida albicans; susceptibilidade antifúngica; Fluconazol.