57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

SÍFILIS CONGÊNITA: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA REGIÃO NORTE, DO ESTADO DO PARÁ E DO MUNICÍPIO DE BELÉM

Introdução

Causada pela bactéria espiroqueta Treponema pallidum, a sífilis é uma infecção sexualmente transmissível que apresenta elevado risco de transmissão materno-infantil. Tendo em vista a possibilidade de o agente etiológico ser transmitido para o feto no período gestacional ou durante o parto, sabe-se que a sífilis congênita pode provocar malformações fetais e natimortalidade. Assim, no contexto brasileiro, considera-se oportuno investigar o perfil da doença em diferentes realidades.

Objetivo(s)

Analisar o perfil epidemiológico da sífilis congênita na região Norte, no estado do Pará e no município de Belém.

Material e Métodos

Estudo descritivo, transversal e retrospectivo, realizado com dados referentes ao período de 2010 a 2020, coletados em junho de 2021, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, por meio de acesso público. Para a análise, os dados foram organizados e tabulados com o programa Microsoft Office Excel, versão 2013.

Resultados e Conclusão

Na série histórica, o total de casos de sífilis congênita em menores de um ano foi: 15.265 no Norte, 6.708 no Pará e 850 em Belém. Destacou-se o ano de 2019, para o Norte e o Pará, respectivamente com 2.230 (14,61%) e 944 (14,07%) casos, e o ano de 2016, para Belém, com 170 (20,00%) casos. Nesse contexto, houve percentual expressivo de mulheres grávidas com sífilis que não se submeteram à assistência pré-natal: 17,70% no Norte, 13,20% no Pará e 29,00% em Belém. Quanto ao momento do diagnóstico em mulheres, prevaleceu o diagnóstico durante o pré-natal, para o Norte e o Pará, respectivamente com 42,60% e 40,70%, e por ocasião do parto ou da curetagem, para Belém, com 45,70%. Em relação ao tratamento das mulheres, predominou o esquema classificado como inadequado, para o Norte, o Pará e Belém, respectivamente com 62,40%, 54,60% e 48,80%. Entende-se que parte das dificuldades em prevenir a transmissão vertical permanece associada aos entraves relacionados com o tratamento inadequado. Em vista disso, a sífilis congênita se perpetua como problema de saúde pública, apesar do baixo custo do diagnóstico e do tratamento da sífilis gestacional, aos quais o Sistema Único de Saúde garante acesso gratuito/universal no território brasileiro.

Palavras-chave

Sífilis Congênita; Transmissão Vertical de Doenças Infecciosas; Perfil de Saúde.

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Autores

Erlon Gabriel Rego de Andrade, Bianca Silva de Brito, Fabiana Morbach da Silva, Fernanda Farias Paiva, Paula Varanda Gomes, Thiago Simplício Costa, Ivaneide Leal Ataíde Rodrigues, Maria das Graças Carvalho Almeida, Eliseth Costa Oliveira de Matos