Dados do Trabalho

Título

Vigilância entomológica em Doença de Chagas de um foco de transmissão ativa no Pará: resultados descritivos parciais da implantação do primeiro posto de coleta de triatomíneos em estudo piloto

Introdução

Na Amazônia brasileira o município de Abaetetuba no Pará constitui foco endêmico de transmissão de Doença de Chagas identificado pela 1ª. vez em 1998, relacionados à transmissão por via oral e concomitantemente à presença de vetores. O registro de comportamento dos insetos em eventuais agressões a humanos e invasões domiciliares fortuitas têm sido estudas por nosso grupo (Valente VC et al, 1998; Pinto et al, 2015, Mota et al, 2020) com paralelos descritivos no Estado do Amazonas e Amazônia extra-Brasil (Coura et al, 1994; Cabrera et al, 2013).

Objetivo(s)

Descrever ocorrências de aproximação de triatomíneos aos humanos em um foco de transmissão ativa de Doença de Chagas.

Material e Métodos

Estudo descritivo transversal alinhado a instalação do 1º Posto de Informação de Triatomíneos (PIT) do Pará, em Abaetetuba, com atividades inseridas no setor de vigilância da secretaria municipal de saúde, tendo iniciado registros sistemáticos desde 2009 (Pinto et al, 2015) e oficializado em janeiro de 2014, sob os auspícios da pesquisa “Doença de Chagas em populações urbanas e ribeirinhas no Pará: estudos aplicados à atenção médica e à vigilância epidemiológica” em parceria técnico-científica com o Instituto Evandro Chagas. Informações registradas de captura de triatomíneos nas residências, trazidos por residentes, foram inseridas em planilhas e analisadas Por ora estão aqui demonstrados dados referentes ao ano de 2016.

Resultados e Conclusão

Registram-se 103 ocorrências de insetos encontrados por residentes locais. Predominaram insetos em residências de ambiente silvestre (77,9%) e no intradomicílio (79,4%). O quarto foi o local da casa preferencial (36,7%) O teste de infectividade para Trypanosomas foi positivo em 26,2% deles. Espécies encontradas: Rhodnius pictipes (62,1%); Panstrongylus geniculatus (29,1%); Eratyrus mucronatus (1,9%); P. lignarus (0,9%) ou encontrados simultaneamente R.pictipes/P.geniculatus (4,8%); R. pictipes/E.mucronatus (0,9%). No mês de agosto houve maior incidência. No ano de 2016 foi confirmada a aproximação significativa de insetos transmissores de T. cruzi às populações urbanas, periurbanas e rurais em Abaetetuba. O encontro intradomiciliar sugere potencial busca do inseto por sangue humano, no início do verão Amazônico. A análise de ocorrência para os anos subsequentes segue sendo feita. Serão agregados entendimentos da participação vetorial na transmissão e no controle da doença, através do engajamento participativo de populações sob maior risco.

Palavras-chave

Doença de Chagas, Triatomíneos, T. cruzi

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores