57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Sobre o xenodiagnóstico no projeto Mambaí

Introdução

O xenodiagnóstico (xeno) foi introduzido para diagnóstico parasitológico na doença de Chagas (DC) em 1914, desde então prestou grandes serviços à pesquisa e ao diagnóstico da doença nas zonas urbanas e nas áreas endêmicas. Hoje poucos laboratórios praticam o xeno.

Objetivo(s)

revelar a experiência e resultados dos xenos realizados no projeto Mambaí.

Material e Métodos

foram aplicados triatomíneos criados em laboratório e acomodados em caixas de madeira, sobre a pele dos pacientes (xeno clássico), ou foi colhido sangue e oferecido aos triatomíneos através de um dispositivo (xeno artificial), para diagnóstico da DC, nos pacientes do projeto.

Resultados e Conclusão

o xeno foi aplicado de 1976 a 2018, em 746 indivíduos, 738 soropositivos para DC, 5 soronegativos e 3 sem sorologia. No exame, utilizou-se 40 Triatoma infestans de 3º estágio, anos após Dipetalogaster maximus de 1º estágio e ultimamente Rhodnius prolixus. No início utilizou-se o xeno clássico, anos depois o xeno artificial, usado até hoje. Ao todo foram aplicados 2196 xenos em 322 homens e 424 mulheres. Duzentos e noventa e uma pessoas realizaram apenas um xeno, 98 fizeram 2 xenos, 92 realizaram três, 107 fizeram quatro exames, 68 fizeram cinco, 37 realizaram seis, 18 realizaram sete, 12 fizeram oito, 14 realizaram nove, 6 realizaram dez, uma pessoa fez onze e duas pessoas realizaram 12 xenos. 241 indivíduos apresentaram exames ora positivos ora negativos; 363, resultados sempre negativos e 142, sempre positivos. Foram negativos 1374 (62,6%) xenos e 822 (37,4%) positivos. Dos 746 pacientes, 383 (51,3%) foram positivos e 363 (48,7%) negativas. Foram aplicados 155 xenos em 1976, 545 em 1977, 566 em 1978, 122 em 1979, 17 em 1980, quatro em 1981, 15 em 1982, cinco em 1983, dois em 1984, sete em 1986, um em 1987, 48 em 1988, 68 em 1989, 114 em 1990, 66 em 1991, um em 1992, nove em 1993, 22 em 1996, 34 em 1997, 41 em 1998, um em 1999, dois no ano 2000, um em 2006, 16 em 2008, 12 em 2009, 23 em 2010, nove em 2011, nove em 2012, 57 em 2013, 46 em 2014, 39 em 2015, 54 em 2016, 53 em 2017 e 32 em 2018. Conclusão e comentários: Sabe-se que a parasitemia é escassa na DC crônica. A positividade de 51,3% dos pacientes pode ser considerada alta e certamente a repetição do xeno contribuiu para este resultado.

Palavras-chave

xenodiagnóstico, Doença de Chagas. Parasitemia.

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

Cleudson Nery Castro