57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

CIRCULAÇÃO DO VÍRUS DA HEPATITE B ENTRE COMUNICANTES INTRADOMICILIARES DE INDIVÍDUOS HBsAg REAGENTE, EM CIDADE DA AMAZÔNIA ORIENTAL BRASILEIRA

Introdução

A infecção pelo vírus da hepatite B (VHB) apresenta ampla distribuição no mundo, classificando-se conforme a prevalência para o marcador HBsAg (antígeno de superfície do VHB), variando segundo a região geográfica, idade e grupos populacionais, sendo os países subdesenvolvidos, os mais afetados.

Objetivo(s)

Relatar a situação de circulação do VHB em uma família, constituída por indivíduos infectados, suscetíveis e comunicantes intradomiciliares de portadores do VHB, em Belém, Pará, Brasil.

Material e Métodos

A pesquisa ocorreu durante inquérito soroepidemiológico entre comunicantes de casos de hepatite B, onde foram efetivadas visitas domiciliares aos portadores do VHB para busca de comunicantes, preenchimento e assinatura de formulários, coleta de sangue para realização dos testes sorológicos HBsAg, anti-HBc total e anti-HBs, por técnica imunoenzimática.

Resultados e Conclusão

A família era constituída por dez pessoas, nove residiam no mesmo domicílio. O caso índice era a filha mais velha que apresentou o marcador HBsAg reagente durante o pré-natal, não recebeu tratamento, soroconverteu espontaneamente e sua filha testada aos dois meses de idade apresentou anti-HBc/anti-HBs reagentes. Seu pai apresentou sorologia HBeAg reagente, à época que foi diagnosticado, em 2003. Sua mãe foi reagente ao teste rápido. Seu irmão reagente ao teste rápido, com confirmação sorológica. Outro irmão apresentou anti-HBc/anti-HBs reagentes. A irmã, anti-HBc isolado inconclusivo, oito meses depois, apresentou sorologia anti-HBc não reagente e PCR VHB-DNA não detectado. O irmão de 15 anos, embora vacinado, não apresentou resposta à vacina, era suscetível. Sua cunhada e o filho menor apresentaram anti-HBs isolado reagente. A amostra constituiu-se proporcionalmente para ambos os sexos (50%), a maior frequência estava entre 10 e 19 anos e a menor nas faixas de <1 ano e de 1 a 9 anos. Entre os examinados, 40% (4/10) eram estudantes; 50% (5/10) tinham ensino fundamental incompleto/completo; 10% (1/10) referiu uso de drogas inaláveis/injetáveis; 70% (7/10) uso de barbeadores e alicates de unha; 30% (3/10) estavam vacinados e 50% (5/10) não possuíam carteira de vacinação. Evidenciou-se a necessidade de completar ou iniciar a vacina hepatite B nos suscetíveis e de melhorar as estratégias de educação em saúde, o envolvimento dos profissionais das equipes de saúde da família e o acompanhamento no pré-natal, fundamental na prevenção da transmissão vertical.

Palavras-chave

Vírus da Hepatite B. Transmissão. Comunicantes intradomiciliares.

Área

Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus

Autores

Candida Maria Abrahão de Oliveira, Kemere Marques Vieira Barbosa, José Raul Rocha de Araujo Junior, Maria de Jesus de Sousa Brasil, Andreza Pinheiro Malheiros, Dickson Ciro Nascimento de Brito, Jean Marcelo Farias das Chagas, Heloisa Marceliano Nunes