57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO DA PREFERÊNCIA ALIMENTAR DE Culex quinquefasciatus COLETADOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

Introdução

Fatores como saneamento básico e crescimento urbano indevido, são influentes para o ciclo de vida de insetos vetores, como exemplo Culex quinquefasciatus. Esta espécie já foi implicada na transmissão de patógenos emergentes, como o vírus Zika e Wuchereria bancrofti. Estes vetores apresentam plasticidade quanto a hematofagia, podendo alimentar-se de diversos hospedeiros, como mamíferos, aves e répteis, caracterizando-os como oportunistas.

Objetivo(s)

O objetivo deste trabalho foi avaliar dados de fonte alimentar de Cx. quinquefasciatus coletados na Região Metropolitana do Recife durante período de alta circulação arboviral, associando-os aos animais domésticos identificados no peridomicílio e intradomicílio.

Material e Métodos

As coletas foram realizadas em cinco municípios: Recife, Olinda, São Lourenço da Mata, Paulista e Jaboatão dos Guararapes. Um total de 2225 mosquitos foram coletados, 186 fêmeas de Cx. quinquefasciatus, ingurgitadas, foram encaminhadas para avaliação da fonte sanguínea. Os abdomens foram dissecados, seguido da extração de DNA por precipitação por álcool e reações de Nested-PCR para amplificação do gene Citocromo Oxidase I (COI-barcoding). Como controle das reações de PCR foram utilizados sangue de roedores e de aves, para comparação do tamanho dos fragmentos obtidos das amostras de mosquitos. Por fim, foi feita a correlação da preferência alimentar com os animais catalogados nos domicílios.

Resultados e Conclusão

Em um total de 186 fêmeas de Cx. quinquefasciatus analisadas, 81,2% estavam alimentadas com sangue humano, 8,6% sangue humano e de mamíferos não humanos, 4,3% sangue de galináceos, 3,8% sangue de canídeos, 1,1% sangue de aves passeriformes, e 0,5% com sangue de felinos e equinos. Na presente coleta, os animais identificados nas regiões eram: 46,26% canídeos, 21,5% felinos, 18,69% aves passeriformes, 8,41% galináceos e menos de 3% para equinos, caprinos, quelônios e outras aves. Os resultados mostram que não há dependência da disponibilidade de recurso para os culicídeos em questão, e sim um processo de preferência alimentar, representado por humanos, seguido de galináceos. Diante dos dados apresentados, é possível concluir que a diversidade de animais domésticos disponíveis como fonte alimentar para Cx. quinquefasciatus não influencia na preferência alimentar quando na presença de humanos. Este achado assegura o ciclo de transmissão de arbovírus patogênicos para humanos, seguido do desencadeamento de epidemias.

Palavras-chave

Culicídeos; Fonte sanguínea; Arbovírus e Antropofilia

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Autores

Evaldo Joaquim Farias Filho, Marcelo Henrique Santos Paiva, Rosangela Maria Rodrigues Barbosa, Duschinka Ribeiro Duarte Guedes, Constância Flávia Junqueira Ayres, Larissa Krokovsky