Dados do Trabalho

Título

MALÁRIA NA AMAZÔNIA LEGAL: UM RECORTE EPIDEMIOLÓGICO DE 10 ANOS

Introdução

A Malária é uma doença causada pelo protozoário Plasmodium vivax e transmitida pela fêmea do mosquito Anopheles; essa protozoose tem como principal manifestação clínica uma síndrome febril-ictérica. Quando não tratada corretamente, a malária possui um grande potencial de morbimortalidade nos pacientes afetados.

Objetivo(s)

Construir o perfil epidemiológico dos casos de malária em residentes na Amazônia Legal.

Material e Métodos

A pesquisa realizada é de caráter descritivo e teve como fonte de dados a plataforma digital do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Foram selecionados todos os casos de malária ocorridos em residentes da Amazônia Legal no período de 2012 a 2021, segundo as variáveis: classificação etiológica, município de notificação, faixa-etária, sexo, escolaridade e autodeclaração étnico-racial.

Resultados e Conclusão

Foram notificados 468 casos de malária em residentes na Amazônia Legal. No que tange à classificação etiológica, 85% dos casos (n = 397) foram causados por Plasmodium vivax, 9% dos casos (n = 44) por Plasmodium falciparum, e 3% (n = 12) dos casos foram causados por infecção mista. Os municípios mais afetados foram Porto Velho (RO) – com 91 casos –, Manaus (AM) – com 53 casos –, e Boa Vista (RR) – com 37 casos. A faixa etária mais afetada foi a de adultos em idade produtiva (entre 20 e 59 anos), com 393 registros, o que representa cerca de 84% de todas as notificações, seguida por idosos entre 60 e 79 anos, com 37 casos (8%) e crianças entre 01 e 19 anos (n = 31 casos, 7%). Quanto ao sexo, observou-se que a Malária foi mais incidente em homens, que representaram 69% dos infectados (n = 323 casos). A doença foi mais frequente entre pessoas com ensino médio completo (n = 80 casos – 17%) e educação superior (n = 57 casos – 12%); porém chama a atenção a grande quantidade de casos na qual a escolaridade não foi informada (n = 161 registros – 34%). Finalmente, em relação à autodeclaração étnico-racial, o maior número de registros ocorreu entre pardos (n = 211 casos – 45%) e brancos (187 – 40%); 18 indígenas e 14 pretos foram infectados, representando 4% e 3% do total de casos, respectivamente. Conforme o exposto, observa-se que, no período estudado, a Malária na Amazônia Legal foi mais frequente pela infecção por Plasmodium vivax, em homens pardos, na faixa etária de 20 a 59 anos, com ensino médio completo. Diante disso, ações em saúde pública de combate à Malária devem atender especialmente a esse grupo social.

Palavras-chave

Malária; Amazônia Legal; Epidemiologia.