57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

VIGILÂNCIA DAS MICOSES OPORTUNISTAS ASSOCIADAS À COVID-19 NO RIO GRANDE DO SUL, 2021

Introdução

Durante a pandemia de COVID-19, foi evidenciada a associação de infecções fúngicas - aspergilose, mucormicose e candidíase invasiva por Candida auris, com impacto na morbimortalidade da infecção pelo SARS-CoV-2.

Objetivo(s)

Estruturar a vigilância das micoses oportunistas associadas à COVID-19 no Rio Grande do Sul, visando produzir informações que contribuam com a prevenção e controle dessas infecções nos serviços de saúde.

Material e Métodos

Foi realizado um estudo descritivo, com dados de notificação da vigilância de micoses oportunistas associadas à COVID-19, no Rio Grande do Sul, no período de janeiro a dezembro de 2021. Os dados foram tabulados e analisados através do Programa Epi Info, versão 7.2.5.0.

Resultados e Conclusão

No período analisado, foram notificados 17 casos de micoses oportunistas associadas à COVID-19. A maioria dos registros de casos foi diagnosticada com aspergilose (82,3%; n=14), seguida pela mucormicose (17,7%; n=3). Não houve registros de candidíase associada à C. auris. O tempo transcorrido entre o início dos sintomas de infecção por COVID-19 e o aparecimento dos sintomas relacionados à micose oportunista foi em média de 19 dias, com mediana de 12 dias. Com relação aos dados sociodemográficos, 69% eram do sexo masculino com média e mediana de 58 anos de idade. Quanto à presença de comorbidades, as pneumopatias foram as mais prevalentes (35,3%; n=6), seguidas de Diabetes Mellitus (29,4%;n=5). Quanto à situação vacinal contra a COVID-19, 52,9% (n=9) não estavam vacinados ou só tinham a 1ª dose da vacina, 29,4% (n=5) estavam com a aplicação da 1ª e 2ª dose e em 17,7% (n=3) a informação foi ignorada. Em 35,3% dos casos o tratamento para a micose foi iniciado imediatamente após a confirmação laboratorial, em 30,8% o tratamento foi iniciado empiricamente e em 23,5% o campo foi ignorado. Entre os principais medicamentos utilizados estavam a Anfotericina B (23,5%; n=4) e Voriconazol (23,5%; n=4) e Voriconazol (23,5%; n=4). Sobre o desfecho, aproximadamente 53% (n=9) dos casos evoluíram para óbito. Concluiu-se que a maior parte das notificações ocorreu em instituições de saúde de grande porte, que demonstraram vigilância ativa e sensível destas doenças. A análise dos dados foi prejudicada em razão da incompletude das notificações enviadas, sendo necessário o reforço da importância do preenchimento de todos os campos na ficha de notificação. Por fim, em abril de 2021, foi publicado um informativo epidemiológico com as informações obtidas.

Palavras-chave

aspergilose pulmonar invasiva; mucormicose; candida.

Área

Eixo 12 | Infecções causadas por fungos

Autores

Fernanda Maria da Rocha, Amanda Brito de Freitas, Karina Leal Ribeiro