57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS DE RISCO PARA MALÁRIA, MONITORAMENTO E RESPOSTA: Redução e controle da malária urbana em Guajará, 2017-2021.

Introdução

No Brasil, cerca de 10% da malária ocorre em áreas urbanas. Devido à densidade populacional, fatores ambientais, assim como a variedade dos tipos de moradia, a redução da malária nestas áreas possuí algumas limitações e facilidades. Guajará é um município localizado na parte ocidental do estado do Amazonas, na região do alto rio Juruá.

Objetivo(s)

O objetivo deste trabalho foi estratificar espacialmente a zona urbana de Guajará em quatro cenários, de acordo com a receptividade e vulnerabilidade para malária, e propor estratégias condizentes para o controle e redução da doença. A partir disto, discutir seu impacto na epidemiologia da malária urbana deste município.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo, delimitado à área urbana, no período de 2017 a 2021. Os dados de malária foram coletados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica - Malária e a análise foi realizada nos softwares Microsoft® Excel® (Versão 2204). Realizou-se a análise comparativa e diferença percentual dos casos de malária ocorridos entre os anos da área urbana. Um mapa da zona urbana foi elaborado pela equipe de endemias com o software QGIS 3.20.2 e utilizou-se de análise histórico-epidemiológico para classificação das áreas de risco para utilizar na estratégia de vigilância-resposta adotada pela equipe a partir de 2019 com atuação específica a cada cenário.

Resultados e Conclusão

Foram identificados 8 bairros, com 135 quarteirões. Destes quarteirões, 96 foram estratificados como cenário 1 (C1): não receptivo; 03 como C2: receptivo, sem casos autóctones, não vulnerável; 31 como C3: receptivo, sem casos autóctones, vulnerável; e 05 como C4: receptivo, com casos autóctones. De 2017 a 2021 foram registrados N=915 casos de malária urbana, com mediana anual de n=68 casos. A maior incidência ocorreu em 2017, n=606 casos e a menor em 2020, n=14 casos. A redução percentual observada entre os anos foi respectivamente, 2018, 67%; 2019, 66% e 2020, 79%, com aumento de 35% em 2021 (n=14/19). Em 2021, 214 casos importados em residentes urbanos foram geolocalizados e monitorados. Este estudo apontou que a classificação de áreas, o monitoramento de casos importados/autóctones e resposta adequadas em cada cenário estratificado contribuiu para a prevenção e controle da transmissão da malária urbana em Guajará, mesmo em um cenário de aumento de casos totais de malária em 2021 no município (n=1.743).

Palavras-chave

Malária, estratificar, , resposta, vigilância

Área

Eixo 14 | Outros

Autores

PATRIKE MACHADO BARBOSA, VICTOR HENRIQUE FERREIRA LIMA, NADIA MARTINEZ MARTINEZ, POLIANA BRITO REIS RIBEIRO, PAOLA BARBOSA MARCHESINI, MYRNA BARATA MACHADO, EMILY MARCELE SOARES SILVA