Dados do Trabalho

Título

O perfil dos óbitos por covid-19 registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade, no período de 2020 a 2021, no Brasil

Introdução

O Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) é uma importante ferramenta de monitoramento do perfil dos óbitos no Brasil, pois os registros desse sistema viabilizam a criação de indicadores e a tomada de decisão em políticas de saúde.

Objetivo(s)

Sob este ponto de vista, o objetivo desse trabalho é descrever os óbitos por Covid-19 registrados no SIM durante o período de emergência de saúde pública causada pela doença.

Material e Métodos

Foi utilizada a base de dados do SIM entre o período de 2020 e 2021. Os óbitos por covid-19, causa básica B34.2, foram classificados conforme a CID-10. Foram analisados dados demográficos, por UF de residência, semana epidemiológica e causas de morte.

Resultados e Conclusão

No ano de 2020, foram registrados 195.149 óbitos, que representou 12,5% de todas as causas de morte. Por outro lado, em 2021, foram 402.150 registros duas vezes mais que o ano anterior, representando 22,1% do total de mortes. Os óbitos predominantemente foram de indivíduos acima de 75 anos (51%) e do sexo masculino (56%) nos dois anos analisados. O local de ocorrência desses óbitos em sua maioria foi em hospitais (91%) e de indivíduos que se declararam da raça cor branca (54%) ou parda (35%). A região Sudeste foi o local de residência da maioria dos indivíduos que foram a óbito (n= 298.646; 47%) e onde se encontravam os estados com o maior número de registros: São Paulo (n= 157.435; 25%) e Rio de Janeiro (n= 72.668; 12%). Em 2020, o maior número de mortes por covid-19 ocorreu na 21ª semana epidemiológica (n= 8.124); Já em 2021, o pico foi na 13ª (n= 24.357). Em 2020 a taxa de mortalidade por covid-19 foi de 100 óbitos por 100.000 habitantes; em 2021 foi registrado um aumento expressivo atingindo 195 óbitos por 100.000 habitantes. Em virtude da Covid-19, o capítulo de Doenças Infecciosas e Parasitárias da CID-10 superou o capítulo 9, de Doenças do Aparelho Circulatório, que historicamente ocupava o primeiro lugar. Vale destacar que ao avaliar as principais causas de morte, o grupo das causas mal definidas (R99) passou de quinta para terceira posição no ranking. Diante do exposto, esses dados subsidiaram estratégias de vigilância ao longo da pandemia, evidenciando a importância do SIM e da qualidade da informação do sistema, que conta com metodologias de investigação de óbito e codificação de causas de morte.

Palavras-chave

Pandemia de Covid-19; Vigilância em saúde; SIM; Sistemas de Informação;