57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Caracterização genotípica do vírus da hepatite C em Minas Gerais

Introdução

O vírus da hepatite C (HCV) apresenta alta variabilidade genética. Sabe-se que o genótipo do HCV afeta diretamente a resposta à terapia combinada de peg-interferon e ribavirina. Assim, sendo recomendada inicialmente, a genotipagem viral para avaliação prognóstica e determinação terapêutica dos pacientes infectados com indicação de tratamento.

Objetivo(s)

Este estudo visou caracterizar os genótipos virais existentes em pacientes de Minas Gerais.

Material e Métodos

Dados epidemiológicos e laboratoriais, referentes ao exame de genotipagem do HCV, realizados entre os meses de janeiro a dezembro de 2018, foram extraídos do Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial. Os exames foram realizados pela transcriptase reversa associada à reação em cadeia pela polimerase (RT-PCR) em tempo real, seguida de identificação qualitativa das regiões gênicas 5’ UTR e NS5B do HCV.

Resultados e Conclusão

Das 543 amostras registradas no sistema do Ministério da Saúde (base estadual), a genotipagem do HCV foi válida em 467 amostras (86%), nas quais parte do RNA foi detectável. Nestas amostras constatou-se maior ocorrência do genótipo 1 (76,7%), seguido de 3 (17,6%), 2 (3%), 4 (2,4%) e 5 (0,2%). Também foi possível identificar uma amostra apresentando população mista de HCV genótipos 1 e 2 (0,2%). Dentre os pacientes com HCV genótipo 1 evidenciou-se o predomínio do subtipo 1a (96.9%). A detecção do genótipo viral foi mais frequente em homens (60,4%), da cor branca (36,8%), idade média de 52,2 ± 11,7 anos. A maioria era residente em zona urbana (93,3%), sendo Belo Horizonte, a cidade com maior número de casos (16,5%). Por outro lado, 5,9% apresentaram resultado da genotipagem como indeterminado e 8,1% não detectado. Conclusão: A infecção pelo HCV predominou em pacientes do sexo masculino e faixa etária de 41 a 60 anos. É mais comum a infecção pelo HCV-1 e subtipo 1a em Minas Gerais, seguido dos genótipos 3, 2, 4 e 5. A identificação do genótipo de HCV tem significativa importância clínica, pois há dados indicando que o genótipo 1 e 4 tendem a piores prognósticos para resposta à terapia antiviral. Além disso, o conhecimento sobre a circulação dos genótipos e subtipos é importante para o entendimento da origem e da disseminação do HCV, bem como fornece subsídios para a aquisição de medicamentos pelo SUS.

Palavras-chave

HCV, genótipos, subtipos virais, Brasil.

Área

Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus

Autores

CRISTIANE FARIA OLIVEIRA SCARPONI