Dados do Trabalho

Título

Série histórica das infecções pelo vírus Zika notificadas no período de 2016 a 2021 no estado do Pará.

Introdução

A doença causada pelo vírus Zika trata-se de uma arbovirose cuja infecção é transmitida pela picada de mosquitos do gênero Aedes. Seus principais sintomas são febre baixa, erupções cutâneas, cefaleia, mialgia, artralgia e conjuntivite não purulenta. O maior surto deste vírus ocorreu entre abril de 2015 e novembro de 2016, coincidindo com uma epidemia de microcefalia com evidências apontando uma relação causal da infecção congênita do vírus, acumulando mais de 900 casos confirmados. A principal medida para o controle da doença é impedir a proliferação do agente etiológico, o qual se beneficia das condições climáticas das regiões Norte e Nordeste.

Objetivo(s)

Avaliar a evolução temporal do Zika Vírus no período de 2016 a 2021 no estado do Pará, comparando a distribuição por sexo e faixa etária da população.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo ecológico, transversal, retrospectivo e descritivo, com coleta de dados do Sistema Nacional de Agravos, incluindo casos confirmados ou inconclusivos por Zika Vírus no estado do Pará no período de 2016 a 2021. Os dados foram analisados pela incidência a cada 100.000 habitantes, avaliando sua evolução temporal e considerando também as variáveis de sexo, raça e faixa etária, utilizando o Bioestat 5.3 para análise descritiva e formulação de gráficos.

Resultados e Conclusão

Houveram 9881 notificações de possível caso de Zika Vírus no período avaliado, sendo, destas, 3646 confirmadas, 1869 inconclusivas e 3843 descartadas. Desconsiderando casos descartados, o período teve uma incidência de 64,91/100.000 hab., sendo 2016 o ano com mais casos (52,58/100.000 hab.), seguido de uma queda abrupta nos demais anos, com 2021 apresentando a menor incidência (0,48/100.000 hab.). Notou-se um aumento de mais 200% de confirmações no ano 2020 em relação ao ano anterior. Houveram mais casos relacionados ao gênero feminino (67,72% do total) em todo período avaliado, assim como em autodeclarados pardos (63,72% do total) e na faixa etária dos 20 aos 39 anos (45,18%).
Notou-se diminuição dos casos de infecções pelo vírus Zika no estado após o surto no período de 2015-2016. No entanto, o aumento das confirmações em 2020 devido a maior realização de testagens, possivelmente devido aos sintomas serem semelhantes aos do Sars-Cov-2, revelou uma importante subnotificação relacionada ao vírus Zika. Assim, há a necessidade de reforçar os cuidados para prevenção da proliferação do agente etiológico e, consequentemente, da doença ocasionada pelas infecções.

Palavras-chave

Zika virus; Epidemias; Epidemiologia; Pará; Aedes.

Área

Eixo 08 | Arboviroses