Dados do Trabalho
Título
PERCEPÇÃO AUTORREFERIDA DE SENTIMENTOS E COMPORTAMENTOS NEGATIVOS EM CIDADÃOS BRASILEIROS E ESTRANGEIROS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19: UM ESTUDO TRANSVERSAL (2020-2021).
Objetivo(s)
Mensurar e comparar a percepção autorreferida da ocorrência de sentimentos e comportamentos negativos durante a pandemia de COVID-19 em populações europeias e do Brasil.
Material e Métodos
Utilizamos dados coletados entre abril de 2020 a dezembro de 2021. A coleta de dados foi realizada através de formulário eletrônico (https://covid19impactsurvey.org/), o qual foi distribuído por redes sociais. Por demanda espontânea, a amostra foi de 441.610 espanhóis, 71.158 brasileiros, 116.195 italianos, e 71.228 alemães, de ambos os sexos e idade ≥ 18 anos. A análise de dados (valores pontuais de prevalência) e a construção gráfica foram realizadas utilizando-se o programa de computação estatística R (www.r-project.org). Este trabalho, o qual foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do CESUPA (Parecer 4.052.531).
Resultados e Conclusão
Resultados: Independente da idade e do sexo, os brasileiros foram os que mais prevalentemente perceberam ocorrências de abuso de tecnologias por adultos (42-66%), de discussões em casa (7-26%), e de consumo de drogas ilícitas (3-11%) durante a pandemia. Já os alemães foram os que mais prevalentemente perceberam ocorrências de abuso de tecnologias por crianças (29-57%) e de consumo excessivo de álcool (5-21%). Vale notar que, brasileiros e alemães na faixa etária de 60 anos ou mais igualaram-se na percepção de consumo excessivo de álcool (7%). Por outro lado, independente da idade e do sexo, os brasileiros foram os que mais prevalentemente perceberam ocorrências de ansiedade (34-78%), tristeza (19-43%) e estresse (23-66%) durante a pandemia. Vale notar as exceções: a ocorrência de tristeza foi mais percebida por alemães na faixa etária de 30-59 anos (29%), e ocorrência de estresse foi mais percebida por italianos na faixa etária de 18-29 anos (masculino: 59%, feminino: 70%). Além disso, a ocorrência de medo (5-18%) e solidão (19-42%) durante a pandemia foi mais prevalentemente percebida por alemães, independente da idade e do sexo. Em série temporal diária, a ansiedade e o abuso de tecnologias por adultos foram as ocorrências mais percebidas entre brasileiros. Já entre europeus, as ocorrências de abuso de tecnologias por adultos e por crianças foram as mais percebidas. Conclusão: A pandemia de COVID-19 e as resultantes mudanças na rotina social impactaram a saúde mental e o comportamento de cidadãos brasileiros e europeus. As diferenças desse impacto nas diferentes populações, e suas consequências, devem ser objetivos de novos estudos.
Palavras-chave
COVID-19, saúde mental, comportamento.
Área
Eixo 09 | COVID-19
Categoria
(Concorra com apenas um trabalho) Concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador - Doutorado
Autores
Wellington Pinheiro de Oliveira, Leticia Viana Martins Beltrão, Anna Luiza Alves de Oliveira Miranda, Noemy de Oliveira Silva, Rita de Kássia da Silva Almeida, Fabíola de Carvalho Chaves de Siqueira Mendes, Walther Augusto de Carvalho, Pedro Sávio Macedo de Almeida, Anderson Raiol Rodrigues, Cláudio Eduardo Corrêa Teixeira