57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS PROVÁVEIS DE DENGUE NO ESTADO DO PARÁ NO ANO DE 2021

Introdução

Transmitido pela fêmea do mosquito Aedes aegypti – vetor bastante prevalente em áreas urbanas –, a dengue é uma doença febril infecciosa aguda, classificada como Arbovirose e causada por um vírus da família Flaviviridae, do gênero Flavivírus. Entre suas manifestações clinicas estão febre, mialgia, cefaleia e dor nos olhos, podendo evoluir para acometimentos mais graves, como hemorragias e choque.

Objetivo(s)

Traçar um perfil epidemiológico dos casos prováveis de dengue no Estado do Pará em 2021.

Material e Métodos

Foram analisados dados disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) referentes aos casos prováveis de dengue no Estado do Pará em 2021, de acordo com as variáveis “Sexo”, “Gestante”, “Região de Saúde (CIR) de resid”, “Escolaridade”, “Raça” e “Evolução”.

Resultados e Conclusão

Foram notificados 5.666 casos prováveis de dengue; destes, 3.022 eram mulheres (53,3%) – sendo 108 grávidas –, 2.642 eram homens (46,6%), enquanto que 2 notificações não especificavam essa variável. A Região de Saúde que registrou mais casos foi a do Araguaia (n=2.295 / 40,5%), seguida pela de Tapajós (n=854 / 15%) e a Metropolitana I (n=685 / 12,1%). Quanto à escolaridade, 1.941 notificações não especificavam esta variável (34,2%), 988 dos infectados possuíam ensino médio completo (17,4%) e 486 possuíam da 5ª a 8ª série incompleta do ensino fundamental (8,5%). Em relação à autodeclaração de raça, 4.230 se declaravam pardos (74,6%), seguidos de 771 declarados brancos (13,6%) e de 306 notificações sem esta informação (5,4%). Além disso, 2.945 evoluíram para cura (52%), 5 evoluíram para óbito e para 2.716 casos (47,9%) não há essa informação. Sobre a variável “Sorotipo”, 98,5% das notificações não apresentaram informações.
No Pará, a dengue é uma doença sem maiores preferências por gênero, acontecendo, de forma quase igualitária, em ambas as categorias dessa variável. Contudo, percebe-se uma falta de informações no que tange a variáveis como escolaridade, autodeclaração de raça e evolução, o que impede uma análise social deste agravo com maior acurácia. Além disso, há uma maior ocorrência dos casos no sul do estado, evidenciado pelo maior registro em nas Regiões de Saúde do Araguaia e do Tapajós. Vê-se a necessidade da organização de políticas em saúde visando à diminuição dos casos, sobretudo no sul do Pará, além de garantir uma notificação efetiva, para maior efetividade nas análises sociais desse agravo.

Palavras-chave

Dengue; Epidemiologia; Infectologia.

Área

Eixo 08 | Arboviroses

Autores

Raiula Gabriela da Silva Teixeira, Amanda Gabriela Freitas Rodrigues, Andressa Bastos Britto, Flávia Silva Mendonça, Lucas dos Santos Fontes, Marcos Saulo Salviano Santana, Matheus Ricardo Malveira Camacho, Izaura Maria Vieira Cayres Vallinoto