57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS GESTANTES COM MALÁRIA EM RODRIGUES ALVES, ACRE, 2019 A 2021.

Introdução

O município de Rodrigues Alves historicamente possui alto risco de adoecer por malária. No período gestacional, esta doença configura em estado grave de saúde à mulher e ao concepto.

Objetivo(s)

O objetivo deste estudo visa descrever o perfil epidemiológico de gestantes com malária notificadas de 2019 a 2021 em Rodrigues Alves, para contribuir com a predição de estratégias preventivas no município.

Material e Métodos

A coleta de dados secundários envolveu as variáveis sociodemográficas, tipo de busca ativa/passiva, espécie parasitária, recaídas e oportunidade de tratamento extraídas do Sivep-Malária e a análise foi realizada com os softwares Excel e Tableau.

Resultados e Conclusão

Ao todo 1.220 exames da malária foram realizados em gestantes e a positividade foi de 6% (n=72), além de 60 lâminas de verificação de cura. A vigilância por busca passiva predominou em 88% (n=990) das notificações. Majoritariamente as gestantes foram infectadas pela espécie Plasmodium vivax, (n=42; 58%), em seguida por Plasmodium falciparum (n=29; 40%) e malária mista (n=1; 2%). Em 2021 houve redução de 4% nos casos da doença em gestantes em relação ao ano de 2020, n=23 e de (18%) comparado a 2019, n=27. A detecção pela técnica da gota espessa ocorreu em 96% e 4% por teste diagnóstico rápido. No que diz respeito ao tratamento, foram registrados 42% (n=30) casos como adequados. A maior incidência da malária gestacional incluiu grávidas de 10 a 19 anos (n=33; 46%) e autodeclaradas como pardas (n=62; 86%). Os dados permitiram apontar a atividade laboral de 41% do grupo avaliado, divididas entre domésticas (22%) e agricultoras (19%). No que tange à idade gestacional, verificou-se que nos 1°, 2° e 3° trimestres ocorreram infecção em 31%, 33% e 33% das mulheres, respectivamente, e ignorada em 3% dos casos. Quanto a escolaridade dessas gestantes, 54% não apresentavam o ensino fundamental e nenhuma havia concluído a graduação no período. Os serviços de saúde em média trataram após os sintomas oportunamente 61% dos casos (n=38/62). Gestantes assintomáticas com malária foram detectadas em todos os anos do período analisado (N=10). Em suma, a detecção da malária em gestantes assintomáticas evidência a importância da exigência do exame diagnóstico da malária em áreas endêmicas nas consultas do pré-natal. Portanto, essa estratégia de integração da atenção primária com a vigilância da malária através da atenção ao pré-natal fortalece a eliminação da doença.

Palavras-chave

Malária, Acre, Rodrigues Alves, gestantes,

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

Nádia Martinez, Patrike Barbosa, Victor Lima, Dorian Jinkins, Raiden Raiden da Alves, Edília Sâmela Freitas, Poliana Reis