57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Análise da carga de malária no Norte brasileiro entre 2010 e 2019: estimativas do Global Burden of Disease Study 2019

Introdução

Objetivo(s)

Analisar os indicadores de carga de malária gerados pelo Global Burden of Disease Study (GBD) 2019 para os estados da região Norte do Brasil.

Material e Métodos

Foram analisados incidência, anos de vida ajustados para incapacidade (DALY), anos vividos com incapacidade (YLD) e anos de vida perdidos por morte prematura (YLL), por sexo e faixa etária, apresentadas em taxas padronizadas por idade por 100.000 habitantes e Intervalos de Incerteza (II95%). A análise refere-se aos anos de 2010 a 2019 para os estados do Acre (AC), Amapá (AP), Amazonas (AM), Pará (PA), Rondônia (RO), Roraima (RR) e Tocantins (TO). Também foi calculado o percentual de mudança entre os anos estudados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (CAAE 62803316.7.0000.5149).

Resultados e Conclusão

A região Norte apresentou tendência decrescente de incidência, de maneira que, mesmo com aumento entre 2016 e 2017, os percentuais de mudança entre 2010 e 2019 indicaram decréscimo que variou de -19,6 (AM) a -94,4 (PA). Verificou-se que, em 2010, RR apresentou os maiores valores de DALY para a região [382,6 (II95% 171,1-737,7)], enquanto o AC prevaleceu em 2019 [277,6 (II95% 70,3-665,9)]. Entretanto, em ambos os anos o YLL foi a métrica de maior contribuição para o indicador, sendo de 349,3 (II95% 140,3-694,0) para RR em 2010 e 256,7 (II95% 45,8-643,3) para o AC em 2019. Quanto ao sexo, em 2010, RR apresentou as maiores taxas de DALY, com 381,9 (II95% 164,0-754,9) para homens e 382,9 (II95% 178,8-713,8) para mulheres; e, em 2019, o AC obteve os maiores valores, sendo 264,2 (II95% 61,1-660,6) para homens e 292,8 (II95% 80,6-685,2) para mulheres. A faixa etária de “28 a 364 dias de vida” predominou em 2010 com os maiores valores de DALY em todos os estados, variando de 3,6 (II95% 1,6-7,0) em TO a 2.088,5 (III95% 812,1-4.228,7) em RR; e, também em 2019, variando de 97,7 (II95% 15,8-278,1) no PA a 1.910,6 (II95% 360,2-5.122,5) no AC, exceto para TO, que teve a faixa etária de “15 a 19 anos” com o maior valor [1,8 (II95% 1,3-2,5)].
Apesar da redução geral da incidência e DALY, a malária continua como um importante problema de saúde pública para a região, especialmente pelo papel majoritário do YLL nos estados de destaque, tanto em 2019 quanto em 2010. Dessa forma, é necessária investigação contínua de fatores relacionados ao ambiente, vetor, condições demográficas e socioeconômicas, favoráveis à transmissão da parasitose.

Palavras-chave

Malária; carga de doença; incidência; DALY; região amazônica; Brasil

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

Giovanna Rotondo de Araújo, David Soeiro Barbosa, Mariângela Carneiro, Juliana Maria Trindade Bezerra