Dados do Trabalho
Título
Características epidemiológicas da dengue no Estado do Ceará, 2017 a 2020
Objetivo(s)
Descrever as características epidemiológicas da dengue no estado do Ceará nos anos de 2017 a 2020.
Material e Métodos
Trata-se de estudo epidemiológico descritivo, a partir dos dados provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan Online (2017 a 2020) e boletins epidemiológicos. Foram analisadas as seguintes variáveis: perfil epidemiológico dos casos prováveis, descrição das taxas de incidência, faixa etária, sexo e classificação clínica.
Resultados e Conclusão
Os coeficientes de incidência acumuladas de 2017 e 2018 foram de279 e 41,2/100.000, demonstrando uma redução de 85,2% entre os anos. Em 2019 a taxa de incidência (TI) foi de 182,6, e de 237,4/100.000 no ano de 2020. Em relação à TI de 2018, a variação foi de 77,4% e 82,6%, respectivamente. Quanto à faixa etária e sexo, as maiores TIs ocorreram em pessoas de 20 a 39 anos. A faixa etária de 40 a 59 anos foi a segunda mais acometida, nos anos analisados. A proporção de dengue no sexo feminino mostrou aumento de 5 a 10% em todos os anos estudados. As análises da evolução clínica dos casos de dengue demonstraram um número maior de casos graves (DG) (34 casos) em 2017, seguido pelo ano de 2020, (20 casos). O ano de 2020 registrou o maior número de casos de dengue com sinais de alarme (DSA) (270 casos), seguido do ano de 2019, com 155. Quanto à % de casos de DSA e DG em relação ao total de casos, destaca-se o ano de 2020 com 1,22% (2017 – 0,34%; 2018 – 0,59%; 2019 – 1,04%). De 2017 a 2020 foram registrados 61 óbitos por dengue, destes 26 em 2017, 11 no ano de 2018, 13 em 2019 e 20 óbitos no ano de 2020. Vinte e sete do sexo masculino e 34 do sexo feminino. O diagrama de controle do ano de 2020 apresentou TI acima do limite superior de janeiro à abril e reduziu a partir do mesmo mês com tendência de diminuição até dezembro. A TI permaneceu abaixo da mediana a partir de agosto, a medida que os casos de covid-19 aumentavam no Brasil, e no estado do Ceará. O Ceará, entre os anos apresentados, configurou sempre entre os três maiores coeficientes de incidência do nordeste brasileiro, juntamente com Bahia e Pernambuco. Após a epidemia de 2017, o estado apresentou uma redução da TI de 85,2% em 2018, voltando a aumentar em 2019, até abril de 2020, quando apresentou nova redução. Com a introdução da covid-19 no cenário epidemiológico no mesmo mês, vê-se necessária uma investigação para maior compreensão dos fatores relacionados à coexistência dos dois agravos.
Palavras-chave
Dengue, Ceará, epidemiologia, taxa de incidência, diagrama de controle
Área
Eixo 08 | Arboviroses
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
João Lucas Mendonça Dilly Alves, Aline Machado Rapello do Nascimento, Wildo Navegantes de Araújo