57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DO DIAGNÓSTICO DE HANSENÍASE NOS TEMPOS DA PANDEMIA DA COVID-19

Introdução

Historicamente, o acesso ao sistema de saúde das pessoas com hanseníase é dificultado por conta de um longo itinerário terapêutico até a confirmação diagnóstica. Com o surgimento da pandemia da COVID-19, há uma preocupação no monitoramento de pacientes com hanseníase, pois a rotina dos atendimentos em saúde foi alterada com restrições a serviços não essenciais e recomendações de isolamento social. Nesta perspectiva, a pandemia tem causado impactos em diversas áreas, sobretudo na saúde, ao repercutir no atendimento das pessoas que necessitem de uma assistência contínua como os indivíduos acometidos por doença crônica, especialmente a hanseníase.

Objetivo(s)

Traçar o perfil epidemiológico e clínico de novos casos de hanseníase em um serviço de referência no Norte do país, de março de 2020 a dezembro de 2021.

Material e Métodos

Trata-se de pesquisa transversal descritiva, através da análise dos prontuários de centro de referência no tratamento de hansenianos em Belém-PA.

Resultados e Conclusão

Resultados: No período do estudo, o serviço contabilizou 16 novos casos de hanseníase, que representaram 1,79% dos atendimentos realizados em dermatologia. Em relação ao biênio anterior, houve decréscimo na taxa de diagnósticos, sendo 3,49% em 2018-2019. Verificou-se que a faixa etária mais prevalente foi de adultos com 41 a 50 anos (25%), do gênero masculino (62,5%), casados (43,75%), em sua maioria procedentes da capital Belém (62,5%). Quanto à forma clínica, 62,5% apresentaram a forma dimorfa, seguido por 18,75% com a forma virchowiana e tuberculóide (12,5%). Vale ressaltar que 68,75% dos pacientes já apresentaram grau I de incapacidade no momento do diagnóstico. Quanto ao desenvolvimento de reação hansênica, 56,25% apresentaram reação hansênica no momento do diagnóstico. Já a presença de neurite foi encontrada em 50% dos pacientes. Conclusão: O presente estudo sugere o decréscimo no diagnóstico de hanseníase nos quase dois anos de pandemia da COVID-19 no serviço, que pode ser explicado pelas medidas de isolamento social que contribuíram pela menor procura pelo serviço. Por outro lado, o perfil dos novos casos está de acordo com o apontado pela literatura e encontrados neste serviço. Destaca-se a ocorrência de grau de incapacidade maior ou igual a 2 em 13% da amostra, bem como a presença de neurite em 50% dos casos, que pode ter sido justificado pelo atraso na procura por atendimento decorrente do isolamento.

Palavras-chave

Hanseníase, pandemia, Covid-19

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Autores

NAHIMA CASTELO ALBUQUERQUE, Mariana Garcia Borges Nascimento, Thayse Moraes Moraes , Giovanna Vieira Costa, Juliana Moraes Silva, Ana Paula Linhares Santos, Isabela Rodrigues Pires Ferreira, NIRLANDO IGOR FRÓES MIRANDA , HILMA SOLANGE LOPES SOUZA , GEOVANNA LEMOS LOPES, MARILIA BRASIL XAVIER