Dados do Trabalho
Título
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E SEGUIMENTO CLÍNICO DE PACIENTES COM DOENÇA DE CHAGAS AGUDA ATENDIDOS NA FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DOUTOR HEITOR VIEIRA DOURADO- FMTHVD
Introdução
Nos últimos anos, tem-se observado o aumento do número de casos da doença de Chagas aguda (DCA) principalmente na região amazônica relacionada a transmissão oral. No Amazonas a incidência desta forma de transmissão se intensificou e em quase duas décadas foram notificados dez surtos da DCA além de casos isolados, por isso é necessário o acompanhamento clínico para avaliar a evolução destes pacientes.
Objetivo(s)
O objetivo deste trabalho é descrever o perfil epidemiológico e clínico de pacientes com DCA atendidos na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD).
Material e Métodos
O recrutamento foi realizado no ambulatório de DC da FMTHVD e foi aplicado o TCLE, uma ficha clínica, além de realizar exames cardíacos e sorologias.
Resultados e Conclusão
Foram incluídos 58 pacientes, 43 (74%) que retornaram ao ambulatório da FMTHVD após tratamento da DC, e 15 (26%) que foram atendidos durante a fase aguda. Destes, 50% são de cada sexo e a idade variou de 2 a 93 anos com uma média de 41 anos. Todos foram diagnosticados com DCA nos últimos 30 anos (1992 - 2022), dos 43 retornos após a fase aguda a maioria foi do município de Barreirinha 16 (28%); 5 (9%) de Lábrea, 5 (9%) de Manaus, 4 (7%) de Uarini, 3 (6%) de Carauari, 3 (6%) de Nova Olinda do Norte, 1 (1%) do Pará e 1 paciente de cada um deste seguintes municípios: Coari (1%), Eurinepé (1%), Iranduba (1%) e Tabatinga (1%). O ambulatório também atendeu um paciente pós agudo de Goiás (1%). Na sorologia, de 48 exames de Imunoensaio por CLIA 12(30%) foram reagentes; de 37 ELISA 21 (57%) foram reagentes e 4 (11%) indeterminado; e de 26 IFI, 17 (65%) foram reagente e 1 (4%) Indeterminado; 14/48 (29%) apresentaram duas sorologias reagentes após o tratamento (de 16 a 3 anos) . Foram realizados 21 exames de Holter 24 horas e as alterações observadas foram: 2 (9%) Taquicardia paroxística supraventricular e 1 (5%) Taquicardia ventricular não sustentada. O ECG foi realizado em 20 pacientes e a alteração mais recorrente foi alteração de repolarização ventricular: 4 (20%). Foram realizados 21 ecocardiogramas e todos normais. Por fim, observou-se que 5/14 (35%) apresentaram alteração em algum dos exames cardíacos além da sorologia reagente. Por tanto, isso mostra a necessidade de acompanhar os pacientes após o tratamento da fase aguda para avaliar a cronicidade e melhorar o prognóstico e expectativa de vida.
Palavras-chave
Trypanossoma cruzi; Transmissão oral; evolução clínica; Amazônia brasileira.
Área
Eixo 06 | Protozooses
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Nádelly Karoline Martins Derze, Kivia dos Santos Silvestre, Marry Beatriz Matni, Jessica Vanina Ortiz, Kátia Nascimento Couceiro, Keice Monnya Silva Monteiro, João Marcos Bemfica Barbosa Ferreira, Edival Ferreira Oliveira Júnior, Jorge Augusto Oliveira Guerra, Maria das Graças V.B Guerra, Débora Raysa Teixeira Sousa