57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

DETECÇÃO DE CIRCOVÍRUS CANINO EM AMOSTRAS FECAIS DE CÃES QUE RESIDEM EM CANIS PÚBLICOS DE BELÉM-PA.

Introdução

Os abrigos de animais apresentam índices elevados de doenças, destacando-se as relacionadas ao trato gastrointestinal, como a gastroenterite que é caracterizada por diarreia e/ou vômito de origem parasitária, bacteriana ou viral. Na diarreia viral, os cães com menos de um ano são os mais acometidos e apresentam quadros mais graves. Nas infecções por Circovírus canino os sintomas podem variar de enterite hemorrágica/catarral ou apenas sinais clássicos como: emagrecimento, perda de apetite e má absorção.

Objetivo(s)

Detectar o Circovírus canino em amostras fecais de cães que vivem em abrigos veterinários de Belém-PA.

Material e Métodos

Nos canis, coletou-se por swab retal um total de 117 amostras fecais, no período de abril/2019 a março/2020, dados como sexo, idade e sintomatologia foram coletados, sendo 64 espécimes fecais do centro de controle de zoonoses (CCZ) e 53 da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). Foram preparadas suspensões fecais a 10%, seguida de extração com o kit PureLink™ Viral RNA/DNA Mini Kit (Invitrogen) e quantificação de DNA com o kit Qubit® dsDNA BR Assay Kit. Para detecção foi realizada PCR qualitativo com amplificação da região VP2 (amplicon 500 pb) e submetido a gel de agarose a 1% por eletroforese horizontal.

Resultados e Conclusão

Para detecção do Circovírus foi realizada validação de método molecular por PCR qualitativo com utilização de controles artificias e oligonucleotideos iniciadores descritos por Kotsias et al. (2019), a temperatura de anelamento ideal dos oligonucleotídeos foi determinada por gradiente, sendo fixada em 55°C. Os Circovírus foram detectados em 9,4% (11/117) dos casos, sendo 8,5% (10/117) na UFRA e 0,9% (01/117) no CCZ. Em relação aos dados epidemiológicos nota-se que, 82% (9/11) das amostras foram coletadas no ano de 2019 e 18% (2/11) em 2020, quanto ao sexo 64% (7/11) eram fêmeas e 36% (4/11) machos, a faixa etária dos animais envolvidos foi de 2 meses a 6 anos . Quanto a sintomatologia, 73% (8/11) apresentavam diarreia (sintomáticos), os demais 27% (3/11) foram considerados assintomáticos. Os conhecimentos sobre infecção por Circovírus canino seguem em progresso, por isso estudos são essenciais para se obter melhor entendimento dos fatores envolvidos na interação com seus hospedeiros. Assim, o presente estudo apresenta dados pioneiros sobre a detecção deste agente na região norte do Brasil, podendo auxiliar em pesquisas futuras relacionadas à epidemiologia desse vírus.

Palavras-chave

Gastroenterite canina; Canil; Circovírus Canino

Área

Eixo 10 | Outras infecções causadas por vírus

Autores

Bruna Trindade Moreira Cardoso, Danielle Rodrigues de Deus, Dielle Monteiro Teixeira, Edivaldo Costa Sousa Junior, Kenny da Costa Pinheiro, Jones Anderson Monteiro Siqueira, Hugo Reis Resque, Yvone Benchimol Gabbay, Luciana Damascena da Silva