57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

CARACTERIZAÇÃO DE ACIDENTES POR ANIMAIS SINANTRÓPICOS EM MATO GROSSO DO SUL

Introdução

Escorpiões, abelhas e aranhas, são considerados animais sinantrópicos, pois se adaptaram a viver com o ser humano, mas em desarmonia, causando prejuízos. A presença destes animais nos ecossistemas urbanos está relacionada principalmente as ações antrópicas, que degradam o meio ambiente e facilitam a ocorrência da interação nociva entre o ser humano e estes animais.

Objetivo(s)

Neste contexto, esta pesquisa teve por objetivo descrever o perfil epidemiológico dos acidentes provocados por escorpiões, abelhas e aranhas no estado de Mato Grosso do Sul, no período de 2017 a 2021.

Material e Métodos

A amostra foi delimitada ao período de janeiro de 2017 a dezembro de 2021, os dados foram coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN Estadual, sendo eles referentes a: mês da notificação, idade, raça, sexo, tempo médio entre o acidente e o atendimento médico, gravidade da agressão e evolução do caso.

Resultados e Conclusão

No período analisado foram notificadas 966 agressões por aranhas, 1.576 por abelhas e 11.688 por escorpiões. Independentemente do tipo de acidente, a faixa etária mais acometida foi de 20 a 39 anos, a raça parda/preta (51,2%) e o sexo masculino (51,3%). A maioria dos acidentes ocorrem de setembro a abril, período que concentram maiores temperaturas e pluviosidade. O tempo médio entre o acidente e o atendimento médico em 67,3% dos casos foi de até uma hora e em 16,2% de uma a três horas. Dos acidentes com aranhas, 83,4% foram considerados leves; com abelhas, 82,9%, e com escorpiões 94,5%. Quanto a evolução do caso, registrou-se um óbito pelo agravo com aranha, quatro óbitos por abelhas e 11 óbitos por escorpiões. A taxa de letalidade encontrada foi de 0,1% nos agravos por aranhas, 0,3% por abelhas, e 0,1% por escorpiões. Conclui-se que a taxa de ocorrência de agravos por escorpiões no estado de Mato Grosso do Sul é elevada, porém a taxa de letalidade é maior nas agressões por abelhas, possivelmente devido a graves quadros de reações alérgicas apresentados. Acredita-se que a taxa de letalidade seja menor nos acidentes por escorpiões e aranhas devido ao rápido atendimento médico com a utilização do soro antiescorpiônico e antiaracnídico. Medidas efetivas de vigilância ambiental devem ser tomadas no estado, em conjunto com ações de saúde única para que o controle e a prevenção de acidentes com estes animais sejam minimizados, visando a proteção da saúde humana, animal e ambiental.

Palavras-chave

Animais Sinantrópicos, Saúde Única, Vigilância Ambiental

Área

Eixo 03 | Acidentes por animais peçonhentos

Autores

Danila Fernanda Rodrigues Frias, Livia de Mello Almeida Maziero, Danielle Galindo Martins Tebet, Joseane Recalde Demenciano, Grazielli Rocha de Rezende Romera, Rafael Ovídio de Oliveira, Larissa Domingues Castilho de Arruda, Danielle Ahad das Neves , Karine Ferreira Barbosa