57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Prevalência de antigenemia criptocócica em pacientes vivendo com HIV internados em um hospital de doenças infecciosas no Ceará

Introdução

O rastreamento de criptococose latente através da antigenemia, tem sido preconizada pela Organização Mundial da Saúde desde 2010 em pessoas que vivem com HIV (PVHIV), e possibilita um tratamento preemptivo precoce, minimizando os riscos de evolução para meningite criptocócica (MC).

Objetivo(s)

Avaliar a prevalência da positividade do antígeno criptocócico em amostras de soro de PVHIV, hospitalizados no Hospital São José de Doenças Infecciosas, Fortaleza/Ceará, no período de agosto de 2020 a março de 2022.

Material e Métodos

Estudo de soroprevalência, onde foram incluídos PVHIV acima de 18 anos, com linfócitos T CD4+ menor que 200 ou pacientes com diagnóstico de aids recente, e sem o uso de terapia antirretroviral (TARV). Teste de fluxo lateral para a identificação de antígeno criptocócico (CrAg/LFA) foi realizado em amostras de soro dos pacientes.

Resultados e Conclusão

No total, 60 pacientes foram incluídos neste estudo. A prevalência da antigenemia criptocócica foi de 11,7% (n=7). A faixa etária dos pacientes com CrAg positivo no soro variou entre 28 e 50 anos (idade média 38,5 anos), sendo todos do sexo masculino. Seis pacientes foram submetidos à punção lombar para rastreamento de MC, e apenas um paciente apresentou CrAg positivo no LCR. Seis (85,7%) eram sabidamente HIV positivos previamente à internação. Quanto ao uso da terapia antirretroviral, quatro ainda não haviam iniciado TARV, e dois pacientes estavam em abandono da TARV. A média de linfócitos T CD4+ foi de 69 células/mm3, e o Log da carga viral de HIV de 4,16. Os sintomas mais frequentes observados nestes pacientes foram perda ponderal (n=4/7), febre (n=4/7), sintomas gastrointestinais (n=4/7), sintomas neurológicos (n=3/7), e sintomas respiratórios (n=2/7). Três pacientes foram a óbito. A prevalência de antigenemia criptocócica foi elevada em nosso estudo, portanto, é importante que a implementação do CrAg se torne rotina nos serviços de saúde, na população de PVHIV, especialmente com imunossupressão avançada, a fim de evitar infecção mais grave, sequelas e internamentos, e com isso, melhorar o prognóstico do paciente com criptococose.

Palavras-chave

Antígeno criptocócico, Criptococose, Meningite criptocócica

Área

Eixo 12 | Infecções causadas por fungos

Autores

Lisandra Serra Damasceno, Antônio Mauro Barros Almeida Júnior, Johnny do Nascimento Brito, Letícia Sampaio Maciel, Liana Ferreira Magalhães, Francisco José Cândido da Silva