Dados do Trabalho
Título
Prevalência de antigenemia criptocócica em pacientes vivendo com HIV internados em um hospital de doenças infecciosas no Ceará
Introdução
O rastreamento de criptococose latente através da antigenemia, tem sido preconizada pela Organização Mundial da Saúde desde 2010 em pessoas que vivem com HIV (PVHIV), e possibilita um tratamento preemptivo precoce, minimizando os riscos de evolução para meningite criptocócica (MC).
Objetivo(s)
Avaliar a prevalência da positividade do antígeno criptocócico em amostras de soro de PVHIV, hospitalizados no Hospital São José de Doenças Infecciosas, Fortaleza/Ceará, no período de agosto de 2020 a março de 2022.
Material e Métodos
Estudo de soroprevalência, onde foram incluídos PVHIV acima de 18 anos, com linfócitos T CD4+ menor que 200 ou pacientes com diagnóstico de aids recente, e sem o uso de terapia antirretroviral (TARV). Teste de fluxo lateral para a identificação de antígeno criptocócico (CrAg/LFA) foi realizado em amostras de soro dos pacientes.
Resultados e Conclusão
No total, 60 pacientes foram incluídos neste estudo. A prevalência da antigenemia criptocócica foi de 11,7% (n=7). A faixa etária dos pacientes com CrAg positivo no soro variou entre 28 e 50 anos (idade média 38,5 anos), sendo todos do sexo masculino. Seis pacientes foram submetidos à punção lombar para rastreamento de MC, e apenas um paciente apresentou CrAg positivo no LCR. Seis (85,7%) eram sabidamente HIV positivos previamente à internação. Quanto ao uso da terapia antirretroviral, quatro ainda não haviam iniciado TARV, e dois pacientes estavam em abandono da TARV. A média de linfócitos T CD4+ foi de 69 células/mm3, e o Log da carga viral de HIV de 4,16. Os sintomas mais frequentes observados nestes pacientes foram perda ponderal (n=4/7), febre (n=4/7), sintomas gastrointestinais (n=4/7), sintomas neurológicos (n=3/7), e sintomas respiratórios (n=2/7). Três pacientes foram a óbito. A prevalência de antigenemia criptocócica foi elevada em nosso estudo, portanto, é importante que a implementação do CrAg se torne rotina nos serviços de saúde, na população de PVHIV, especialmente com imunossupressão avançada, a fim de evitar infecção mais grave, sequelas e internamentos, e com isso, melhorar o prognóstico do paciente com criptococose.
Palavras-chave
Antígeno criptocócico, Criptococose, Meningite criptocócica
Área
Eixo 12 | Infecções causadas por fungos
Autores
Lisandra Serra Damasceno, Antônio Mauro Barros Almeida Júnior, Johnny do Nascimento Brito, Letícia Sampaio Maciel, Liana Ferreira Magalhães, Francisco José Cândido da Silva