Dados do Trabalho

Título

VACINAÇÃO CONTRA O HPV EM MULHERES VIVENDO COM HIV/AIDS (MVHA) EM SANTARÉM-PARÁ, BRASIL

Introdução

O Papilomavírus humano (HPV) está relacionado com quase 100% dos casos de câncer do colo do útero. Mulheres vivendo com HIV/AIDS (MVHA), por se encontrarem no grupo de pessoas imunossuprimidas, possuem seis vezes mais chances de desenvolvimento do câncer do que a população em geral. A destinação de vacinas contra o HPV pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para a população de imunossuprimidos é uma medida essencial para prevenção contra carcinomas relacionados à infecção por HPV no país, em especial com a recente ampliação da faixa etária para MVHA com até 45 anos.

Objetivo(s)

Este estudo objetiva identificar a adesão da vacinação contra o HPV de MVHA com até 45 anos e possíveis fatores que podem influenciar na adesão.

Material e Métodos

Trata-se de uma pesquisa transversal, realizada no período de 01 de janeiro a 15 de junho de 2022, envolvendo MVHA entre 18 e 45 anos atendidas em um Serviço de Assistência Especializada (SAE) em Santarém-Pará, Brasil. O projeto tem aprovação ética (Número de Parecer 5.176.666). Todas as MVHA assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e responderam a um questionário epidemiológico.

Resultados e Conclusão

Participaram da pesquisa 76 MVHA com idade média de 33 anos (desvio padrão:7,61), em sua maioria pardas (80%; 61/76), casadas ou em união estável (62%; 47/76), com renda familiar mensal de até 1 salário mínimo (79%; 60/76), com ensino médio completo (49%; 37/76) e que alegam realizar a terapia antirretroviral com regularidade (92%; 70/76). Observou-se que 66% (50/76) afirmaram desconhecer que a imunossupressão é um fator de risco para o desenvolvimento de câncer do colo do útero. Em relação a adesão à vacinação contra o HPV, apenas 11% (8/76) das MVHA participantes desta pesquisa tomaram ao menos uma dose do imunizante, considerando que o esquema completo é de três doses. Das que se vacinaram metade (4/8) tomou duas doses. Houveram ainda três MVHA que relataram ter tomado pelo menos uma dose da vacina, porém, sem comprovação registrada em carteira sendo, por esse motivo, incluídas no grupo de não vacinadas (68/76). Por fim, mais de 90% das mulheres relataram que o centro que as atende não realiza ações educativas que ressaltem a importância da vacinação contra o HPV. Diante a baixa adesão da vacinação contra o HPV identificada entre MVHA neste estudo, presume-se ser essencial a orientação mais aprofundada que vise uma abordagem do tema com maior frequência para essa população.

Palavras-chave

HPV, vacinação, mulheres vivendo com HIV/AIDS, câncer do colo do útero