57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DO PARÁ NO ANO DE 2021

Introdução

A sífilis congênita (SF) é a infecção do feto causada pela transmissão vertical da bactéria Treponema pallidum (TP). Essa transmissão é mais propícia nas fases primária e secundária da doença e, por isso, o Ministério da Saúde preconiza a testagem das gestantes no primeiro trimestre, no segundo trimestre e no parto para identificar e minimizar a transmissão vertical. O TP possui o homem como seu único hospedeiro, transmissor e reservatório. Abortamento espontâneo, parto prematuro, malformação do feto, surdez, cegueira, alterações ósseas, deficiência mental e morte ao nascer são complicações da doença. Diante desse quadro, faz-se necessário o traçado de um perfil epidemiológico a fim de conscientizar a sociedade acerca disseminação da doença.

Objetivo(s)

Estabelecer um perfil epidemiológico dos casos Sífilis Congênita no Estado do Pará em 2021.

Material e Métodos

Foi feita uma análise dos dados disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) referentes aos casos de Sífilis Congênita no estado do Pará em 2021, envolvendo as variáveis sociodemográficas: sexo, raça, realização de pré-natal, tratamento de parceiros sexuais e evolução.

Resultados e Conclusão

Foram notificados 425 casos de Sífilis Congênita; destes, 198 eram do sexo feminino (46,25%) e 213 do sexo masculino (50,1%) e para 14 casos não há essa informação. Foram mais acometidos pessoas que se autodeclaram pardas (n=332 / 78,1%). Do total de casos registrados, 86,5% das mães realizaram o pré-natal. Além disso, das gestantes identificadas com sífilis gestacional, apenas 16% dos parceiros foram tratados. Em relação à evolução, 394 estão vivos (95,6%), 5 evoluíram para óbito pela sífilis congênita e para 12 casos não há essa informação.
A partir dos dados obtidos para o ano de 2021, no Pará, a população mais afetada foi a masculina da raça parda. O perfil da sífilis congênita do munícipio estudado aponta para uma alta incidência de casos no período analisado. Esses altos coeficientes epidemiológicos reforçam a necessidade de ações voltadas para o controle desse agravo e, portanto, vê-se a necessidade de melhorias na qualidade de assistência pré-natal, realizando a testagem no primeiro e no terceiro semestres gestacionais, especialmente para as gestantes de mais baixa condição socioeconômica e sob risco de parto prematuro, além do tratamento dos parceiros sexuais, visando, assim, a diminuição do número de casos de sífilis gestacional e da sua transmissão vertical, propiciando sífilis congênita.

Palavras-chave

Sífilis; Infecção; Epidemiologia.

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Autores

Andressa Bastos Britto, Amanda Gabriela Freitas Rodrigues, Ana Flavia Café Rodrigues, Lucas dos Santos Fontes, Marcos Saulo Salviano Santana, Raiula Gabriela da Silva Teixeira, Matheus Ricardo Malveira Camacho, Izaura Maria Vieira Cayres Vallinoto