Dados do Trabalho
Título
AVALIAÇÃO DA ATOVAQUONA E DERIVADOS NO BLOQUEIO DE TRANSMISSÃO DE Plasmodium vivax
Introdução
A malária é uma doença endêmica transmitida pela picada do mosquito do gênero Anopheles, infectado pelo protozoário do gênero Plasmodium. Em 2020 foram 145 mil casos de malária no Brasil, sendo a espécie P. vivax a predominante, com 83,6% dos casos. No geral, os casos diminuíram quando comparado com anos anteriores, graças as medidas de controle e o diagnóstico precoce da doença. Porém, diversos estudos apontam resistência do parasito aos medicamentos preconizados para o tratamento da doença. Assim, novas estratégias, como drogas para o bloqueio de transmissão, são fundamentais para o controle desta endemia.
Objetivo(s)
O objetivo desse estudo foi avaliar o uso da atovaquona (ATV) e derivados no bloqueio de transmissão de P. vivax.
Material e Métodos
Derivados da ATV foram sintetizados e a ação frente ao estágio sanguíneo assexuado do P. falciparum foi determinado. Em seguida, pacientes positivos com malária vivax na FMT-HVD em Manaus, AM, a partir de 2 cruzes, foram convidados a participar do projeto e assinarem o TCLE. 10 mL de sangue foram coletados e processados a fim gerar um concentrado de hemácias com hematócrito final de 40% para cada grupo com ou sem adição de droga: Controle (sem droga), ATV (10 μM) e derivado da ATV (1 μM e 10 μM). Fêmeas de An. aquasalis separadas em 4 grupos alimentaram-se com os preparados supracitados através do método direto de alimentação por membrana artificial por até 120 minutos. Após 7 dias, as fêmeas que sobreviveram tiveram o intestino dissecado e corado com mercurocromo. Então, observou-se a presença de oocistos (taxa de infecção) e a quantidade destes (intensidade de infecção).
Resultados e Conclusão
Cada derivado da ATV foi testado em 2 isolados de P. vivax. O derivado 1 apresentou potência similar a ATV como antiparasitário, com a vantagem de ter uma ação relativamente mais rápida do que a droga padrão. A ATV bloqueou completamente a transmissão em três isolados e em um apresentou 2.8% de taxa de infecção e intensidade de infecção de 0.06 ± 0.24. O derivado 1 bloqueou 100% a transmissão em ambas as concentrações testadas. Já o derivado 2 apresentou média de taxa de infecção de 11.6% para a concentração de 1 μM e 2.8% na de 10 μM e média da intensidade de infecção de 0.15 ± 0.48 e 0.02 ± 0.14, respectivamente. Os resultados aqui apresentados são promissores não somente para a ATV, mas para ambos os derivados. Mais isolados serão realizados afim de prospectar uma possível nova droga para o bloqueio de transmissão de P. vivax.
Palavras-chave
malária, gametócito, resistência, P. vivax
Área
Eixo 06 | Protozooses
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Camila Fabbri, Dione Darlgton Maciel Menezes, Caroline Conceição Souza, João Honorato, Alzir Azevedo Batista, Diogo Rodrigo Magalhães Moreira, Stefanie Costa Pinto Lopes