57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Avaliação do Sistema de Vigilância da Sífilis Congênita no Rio Grande do Norte, RN, Brasil, 2012-2019

Introdução

A Sífilis Congênita (SC) é transmitida por via transplacentária da gestante infectada pelo Treponema pallidum, não tratada, para o recém-nascido em qualquer fase da gravidez. No Brasil, entre 2012 e 2019, segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), foram notificados 158.343 casos de SC, maioria no Sudeste (43,6%) e Nordeste (29,3%), e em 2019, a taxa de incidência foi de 8,2 casos por mil nascidos vivos. A vigilância dos casos visa detecção oportuna para estabelecer medidas de controle precoces, envolvendo atenção primária, pré-natal e nível terciário no combate desse grave problema de saúde pública.

Objetivo(s)

Avaliar a qualidade dos dados, oportunidade e representatividade dos registros de SC no Rio Grande do Norte (RN) de 2012 a 2019.

Material e Métodos

Estudo avaliativo com dados do SINAN/RN, analisados em Epi Info™ 7(CDC), TabWin-DATASUS e Excel 2016 (Microsoft®). Avaliaram-se: qualidade dos dados por completitude e consistência das informações; oportunidade, pelo tempo de até 7 dias entre as datas de: nascimento da criança e diagnóstico; nascimento e início do tratamento; diagnóstico e notificação do caso; notificação e digitação da ficha no SINAN. Comparou-se proporcionalmente a representatividade no Brasil e no RN.

Resultados e Conclusão

Entre 2012 e 2019, foram notificados 4.040 casos de SC dos 374.727 nascidos vivos de mães residentes no RN, desses, 294 casos em 2012 (taxa de detecção de 6,3) e 655 casos em 2019 (taxa de detecção de 14,9). Quatro variáveis de incompletude apresentaram percentuais ignorado/branco acima de 10%: tratamento do parceiro (18,09%), escolaridade da mãe (17,62%), zona de residência da Mãe (17,48%) e teste treponêmico no parto (12,03%). Não houve inconsistências relevantes no período estudado. A análise da oportunidade mostrou retardo no início do tratamento: 35%(n=1414) iniciaram o tratamento em até 7 dias após nascimento. O Sistema de Vigilância da Sífilis Congênita tem representatividade de 100% no Brasil. No RN, foi possível identificar representatividade da evolução da SC e seu deslocamento ao comparar o 1º Biênio (2012-2013) e o 4º Biênio (2018-2019) com aumento considerável da taxa de detecção. CONCLUSÃO: A falta de detecção e tratamento sistemático da doença demonstrou fragilidades na qualidade da assistência ao pré-natal, que pode ser melhorado pela adequação dos protocolos de diagnóstico, monitoramento e tratamento dos casos de SC.

Palavras-chave

Sífilis Congênita; Vigilância; Oportunidade, Representatividade.

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Autores

JOSÉ CIRINO NETO, MARIA APARECIDA DA SILVA