Dados do Trabalho

Título

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA COBERTURA VACINAL PARA MENINGOCOCO E SEUS IMPACTOS NO ESTADO DO PARÁ ENTRE 2018 E 2022

Introdução

O meningococo ou neisseria meningitidis é uma bactéria gram-negativa de grande relevância clínica, uma vez que o meningococo é o principal causador de meningite bacteriana no Brasil. Sua transmissão ocorre por secreções respiratórias (tosse, espirro e fala). Para prevenção foi desenvolvida a vacina Meningocócica C. Assim, manter a taxa de cobertura vacinal adequada se torna importante, pois reflete a maior proteção e menor risco de desenvolver infecções meningocócicas na forma mais grave.

Objetivo(s)

Verificar os dados da cobertura vacinal (CV) para meningococo e comparar com as internações por infecção meningocócica, descrevendo o perfil epidemiológico no estado Pará (PA) no período de 2018 a 2022.

Material e Métodos

Estudo observacional, transversal, analítico-descritivo e quantitativo. A Cobertura Vacinal para meningococo no Pará foi obtida através do DATASUS – Assistência à Saúde, entre os anos de 2018 e 2022. Foram incluídos também dados sobre as internações por infecção meningocócica, entre 2018 e 2022, coletados na sessão de morbidade hospitalar do DATASUS, com informações referentes à idade, sexo, cor, óbitos e taxa de mortalidade.

Resultados e Conclusão

RESULTADOS: No Pará, no período de 2018 a 2022, a cobertura vacinal para o meningococo foi de 63,12%, valor muito inferior ao desejado pelo Ministério da Saúde (95%), sendo esse percentual o segundo menor dentre todos os estados brasileiros, atrás apenas do Amapá. Além disso, dentro do período analisado, 2019 apresentou a maior CV, atingindo 77,41%, e 2021, o menor, alcançando apenas 59,42%. O primeiro trimestre de 2022 apresentou valor de 27,48%. Vale ressaltar que foram notificados, no mesmo período, um total de 155 internações por infecção meningocócica, havendo maior prevalência na faixa etária entre 20-39 anos (30,31%), no sexo feminino (56,12%) e na cor parda (79,35%). Dentre esses pacientes internados, 10 evoluíram para óbito, sendo a taxa de mortalidade igual a 6,25%.

CONCLUSÃO: Nesse contexto, é notável que a CV e o número de internações por infecção meningocócica pode representar um potencial problema para saúde pública, uma vez que o Pará apresenta a segunda menor CV nacional dentro do período analisado. Portanto, faz-se necessário reforçar medidas que incentivem a adesão populacional no que diz respeito às vacinas, buscando melhorar a CV e oferecer maior proteção coletiva contra os agravos relacionados ao meningococo.

Palavras-chave

Infecção meningocócica; Cobertura vacinal; Perfil epidemiológico.