57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

DIAGNÓSTICO TARDIO DA FEBRE REUMÁTICA: UM RELATO DE CASO.

Objetivos(s)

Relatar o caso de um paciente diagnosticado tardiamente com febre reumática.

Relato do Caso

R.B.C, sexo masculino, 23 anos, procedente de Ananindeua, busca por atendimento da infectologia no Instituto Evandro Chagas queixando-se de artralgia contínua há 7 meses, que teve inicio súbito em joelho esquerdo e pododáctilos, migrando para calcanhares e ombros. Graduou a intensidade da dor como moderada (7/10 na escala de dor), apresentando como fator de melhora o uso de Diclofenaco e os movimentos e como piora o repouso. Alegou inchaço articular, rubor e calor, apresentando rigidez matinal inferior a 30 minutos. Paciente não associa o aparecimento dos sintomas a nenhum fator desencadeante. Relatou que a febre (39° graus) iniciou 3 dias após a dor, e aparecia de forma recorrente, cessando sem uso de medicação. Nos seus antecedentes pessoais referiu muitas infecções de vias aéreas superiores na infância. Após percepção dos sintomas buscou por atendimento na urgência, onde foi internado 2 vezes e medicado com Ceftriaxone e Ciprofloxacino, porém sem melhora do quadro. Após recebimento do laudo de artrocentese sem nenhum achado infeccioso foi liberado. Ao exame físico, percebeu-se dor a palpação da articulação de joelho esquerdo e eritema marginado em região superior de tórax anterior. Sendo assim, com a presença de 1 critério maior (eritema marginado) e 2 critérios menores (febre e artralgia) fechou-se o diagnóstico de febre reumática e iniciou o tratamento com Penicilina G benzatina, além da prescrição de Arcoxia 90 mg para alivio dos sintomas e encaminhado para a reumatologia.

Conclusão

Conclui-se assim que apesar da baixa ocorrência da febre reumática na população em geral, se faz de suma importância a conscientização da comunidade acadêmica a respeito dos achados clínicos, diagnóstico, critérios de Jones, tratamento e seguimento clínico da doença, pois dessa forma adianta-se a detecção da bactéria estreptococo beta-hemolítico grupo A, que geralmente é posterior ao quadro de infecções de garganta, e faz-se o manejo adequado da patologia, evitando assim o diagnóstico tardio como ocorrido no caso.

Área

Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias

Autores

Paola Bitar de Mesquita Abinader, Ana Flavia Oliveira de Souza, Ana Josefina Gonçalves Salomão, Davi Gabriel Barbosa, Daniele Sutherland Wallauer Rizziolli, Fernandes Piana Rodrigues, João Lucas Watrin Braga, Kalil Yussef Naim, Lorena Soriano de Melo Lima, Roberta Figueiredo Pamplona, Andrea Luzia Vaz Paes