Dados do Trabalho
Título
BRUCELOSE HUMANA RECIDIVANTE
Objetivos(s)
Contribuir com o conhecimento da brucelose humana no Brasil por se tratar de doença negligenciada, desconhecida da maioria dos profissionais da saúde humana, cujo diagnóstico clínico e laboratorial é complexo e difícil, tanto que é conhecida como "A Doença das Mil Faces".
Relato do Caso
A brucelose humana é doença negligenciada, de difícil diagnóstico, que compromete tanto o homem como os animais. Por não ser doença de notificação no Brasil o número de casos humanos é desconhecido. Seu tratamento é complexo e a recidiva pode ocorrer entre 5% a 40%. Relato de Caso: Paciente do sexo feminino de 35 anos, natural de Damasco - Síria e procedente de São Paulo, onde residia há sete anos. A paciente referia dorsalgia há 5 meses acompanhada de calafrios, cefaleia, dor no membro superior esquerdo, dificuldade para carregar peso, com piora quando ficava muito tempo sentada ou deitada e para realizar as atividades cotidianas, sem melhora com uso de analgésicos. Negou febre. A paciente teve brucelose há 20 anos no País de origem. No exame físico encontrava-se em bom estado geral, em posição antálgica com dor importante a palpação de coluna dorsal na região de T8-T9, sem irradiações. Realizou ressonância magnética da coluna vertebral torácica que mostrou fratura patológica do corpo vertebral T8, com redução da sua altura e retropulsão do seu muro posterior. Após a administração do contraste paramagnético, foi identificado realce do corpo e de partes moles do espaço epidural anterior, assim como partes moles adjacentes ao corpo vertebral, cujos diferenciais por imagem seriam de acometimento neoplásico ou por processo inflamatório-infeccioso local. O resultado do exame anatomopatológico da massa na coluna torácica, obtido por biópsia, mostrou tratar-se de processo inflamatório crônico granulomatoso com fibrose e necrose focal. A pesquisa histoquímica para fungos e bacilo álcool-ácido resistente foi negativa. O diagnóstico etiológico foi estabelecido por sorologia, teste de Rosa Bengala e enzimaimunoensaio IgG reagentes. O tratamento foi realizado com amicacina endovenosa, 1g/dia por 10 dias, rifampicina 600 mg/dia e doxicilina 100 mg de 12/12 horas, ambas por via oral, mantidas por nove meses, com melhora clínica, radiológica e laboratorial.
Conclusão
O diagnóstico precoce é importante, principalmente no acometimento vertebral, pois o diagnosticado tardio pode levar a sequelas neurológicas irreparáveis, podendo ser confundida com a espondilodiscite tuberculosa.
Área
Eixo 11 | Infecções causadas por bactérias
Categoria
NÃO desejo concorrer ao Prêmio Jovem Pesquisador
Autores
Marília Kanebley, Jamal Muhamad Abdul Hamid Suleiman, Suely Sanae Kashino, Rene Leandro Magalhães Rivero, Marcos Vinicius da Silva