Dados do Trabalho

Título

PREVALÊNCIA DE INFECÇÃO POR COVID-19 EM PACIENTES PORTADORES DE DOENÇAS REUMÁTICAS INFLAMATÓRIAS IMUNOMEDIADAS ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS DA AMAZÔNIA

Introdução

A infecção pelo SARS-CoV-2 apresenta espectro clínico variável, desde evolução assintomática a quadros graves. É bem estabelecida a maior predisposição a infecções viral e bacteriana, e maior vulnerabilidade à evolução grave de tais enfermidades em pacientes portadores de doenças reumáticas imunomediadas (DRIM) e em uso de imunossupressores. Há divergências acerca da evolução da infecção por COVID-19 em pacientes com doenças reumáticas, com estudos revelando ausência de diferença entre a população geral e os pacientes portadores de doenças reumáticas, e outros que mostram maior predisposição a infecções graves, especialmente na presença de uso de glicocorticoides em doses maiores que 10 mg/dia. Ademais, é fator de pior desfecho clínico a sobreposição de comorbidades metabólicas e cardiovasculares à doença reumática.

Objetivo(s)

Geral: Identificar a prevalência de infecção pelo SARS-CoV-2 em pacientes atendidos no ambulatório de doenças autoimunes do Centro de especialidades médicas do Cesupa em Belém/PA.

Material e Métodos

A pesquisa foi conduzida através de entrevista e análise do prontuário dos pacientes voluntários, auxiliada por questionário de elaboração autoral.

Resultados e Conclusão

Foram entrevistados 69 pacientes, com 46,4% apresentando infecção suspeita, provável ou confirmada por COVID-19. A maioria dos voluntários eram mulheres (88,4%), com idade predominante entre 40 a 59 anos. Artrite Reumatoide foi a doença mais prevalente, correspondendo a 34,4% dos casos, seguida por sobreposição de doenças autoimunes (31,3%) e por Lúpus Eritematoso Sistêmico (21,9%). Não se identificou pior gravidade da infecção por COVID-19 nos pacientes DRIM deste estudo, independente do grau de imunossupressão, sexo e idade. Foi possível associar dislipidemia, de forma independente, com pior progressão da infecção viral, com presença de 60% dos pacientes com essa condição evoluindo para infecção severa (p=0,038).
Embora na presente pesquisa não tenha sido identificada associação da gravidade da infecção com DRIM e fatores epidemiológicos (sexo, idade e etnia) ou a maioria das comorbidades, os numerosos estudos controversos demonstram a necessidade de compreender melhor a influência das DRIM e os graus de imunossupressão, no contexto da infecção pelo coronavírus-19.

Palavras-chave

SARS-CoV-2; COVID-19; Doenças reumáticas imunomediadas (DRIM); evolução; e prognóstico.