57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

MELATONINA ATENUA ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS CEREBRAIS EM MODELO MURINO DE MALÁRIA CEREBRAL

Introdução

As alterações histopatológicas são características do quadro de malária cerebral (MC). A presença de infiltrados inflamatórios, alterações vasculares, focos hemorrágicos e desorganização tecidual estão diretamente relacionadas à morte celular no SNC. Diante dessas alterações, diversos estudos buscam novas terapias adjuvantes com intuito de atenuar esses danos. Nesse sentido, a melatonina se apresenta como um hormônio com uma alta capacidade de neuroproteção em diversos modelos de alterações neurológicas.

Objetivo(s)

O objetivo do trabalho foi investigar o papel da melatonina como um agente neuroprotetor frente às alterações histopatológicas em modelo murino de MC.

Material e Métodos

Foram utilizados camundongos albinos suíços adultos (20-25g) (CEUA: 6211241117), inoculados via i.p. com ~10^6 eritrócitos parasitados com a cepa ANKA de Plasmodium berghei (PbA) para induzir a infecção. A análise histológica foi feita no 6º dia pós-infecção (d.p.i.). Os cérebros foram retirados para processamento e cortados em micrótomo (5m) para coloração com hematoxilina e eosina. As análises foram feitas utilizando programa ImageJ. Os grupos foram divididos em: Controle; PbA; PbA+Melatonina 5mg/kg (PbA+Mel5); PbA+Melatonina 10mg/kg (PbA+Mel10), tratados por 4 dias consecutivos. Os resultados foram expressos em média±DP, utilizando ANOVA seguido do pós-teste Tukey-Kramer considerando p<0,05.

Resultados e Conclusão

Nossos resultados demonstraram que no 6º d.p.i. o parênquima cerebral dos animais infectados apresentou evidente desorganização e presença de infiltração celular. A presença de focos hemorrágicos, dilatação vascular e oclusão de capilares foi observada e quantificada. O tratamento com melatonina promoveu evidente efeito protetor contra a presença de focos hemorrágicos no cérebro dos camundongos infectados (Controle=0.5±0.7; PbA=2.4±1.07 vs PbA+Mel5=1±0.86; PbA+Mel10=0.75±0.88; F[3,33]=8.86; p<0,05), bem como, contra a presença de dilatação vascular (Controle=1.6±1.42; PbA=8.3±2.79 vs PbA+Mel5=4.6±2.27; PbA+Mel10=4.4±2.91; F[3,36]=12.87; p<0,01) e a presença de capilares ocluídos (Controle=1.8±1.31; PbA=7.4±2.06 vs PbA+Mel5=4.7±2.35; PbA+Mel10=4.4±2.63; F[3,35]=10,88; p<0,01), demonstrando que todas as alterações histopatológicas foram atenuadas pelo tratamento com ambas as doses de melatonina. Concluímos que o tratamento com melatonina exerceu efeito protetor frente aos danos histopatológicos no cérebro de camundongos infectados com a cepa PbA.
APOIO: UFPA, CAPES e CNPq

Palavras-chave

Malária Cerebral, Plasmodium berghei, Melatonina.

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

Brenda Jaqueline de Azevedo Ataide, Nayara Kauffmann, Nívia de Souza Franco Mendes, Laiane Pinheiro de Souza, Larissa Medeiros dos Anjos, Luana Ketlen Reis Leão, Adelaide da Conceição Fonseca Passos, Evander de Jesus Oliveira Batista, Anderson Manoel Herculano, Karen Renata Herculano Matos Oliveira