Dados do Trabalho

Título

CARACTERIZAÇÃO CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICA E LABORATORIAL DE PACIENTES COM SINDROME GRIPAL, ATENDIDOS EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DE FORTALEZA-CE, DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19: ACHADOS PRELIMINARES DE UMA COORTE PROSPECTIVA

Objetivo(s)

Caracterizar o perfil clínico-epidemiológico e laboratorial de pacientes com síndrome gripal (SG), suspeitos de COVID-19, acompanhados em uma coorte prospectiva.

Material e Métodos

Foram incluídos casos suspeitos de SG e contactantes, atendidos em uma Unidade de Saúde de Fortaleza, Ceará, entre outubro de 2020 e março de 2022. Na primeira visita (D0), foram obtidos dados sociodemográficos, fatores de risco ou comorbidade, sinais e sintomas, e histórico de vacinação contra COVID-19. Também foram coletadas amostras de swab de naso/orofaringe para detecção de SARS-CoV-2 por RT-PCR. Na visita seguinte (D14), os pacientes foram reavaliados quanto à sintomatologia, e submetidos a testes rápidos para detecção de anticorpos IgM/IgG anti-SARS-CoV-2. Os casos positivos de COVID-19 por RT-PCR foram acompanhados na coorte por um período de 12 meses, com novas visitas programadas (D21, D28, D56, D128, D168 e D336).

Resultados e Conclusão

Foram investigados 284 casos suspeitos de SG e 49 contactantes, com média de idade de 39 anos (DP + 14). Houve maior prevalência de indivíduos do sexo feminino (60%), autodeclarados pardos (mais de 60%), solteiros (39%), com ensino médio incompleto (37%), residentes em casa de alvenaria (74%), e renda média de 2-4 salários-mínimos (57%). Dentre as comorbidades e os fatores de risco, destacaram-se hipertensão (18%) e tabagismo (10%), respectivamente. Em D0, os sintomas mais prevalentes foram dor de cabeça (76,2%), tosse seca (71,6%), coriza (70,2%), fadiga (69,7%) e dor de garganta (68,4%). 87 participantes foram positivos para SARS-CoV-2 por RT-PCR, sendo elegíveis para seguimento na coorte. Entre estes positivos, 22 foram reagentes para IgM e 43 para IgG, enquanto entre os negativos, 19 foram reagentes para IgM e 40 para IgG. Em D14, D21 e D28, os indivíduos relataram principalmente dor de cabeça, alteração do sono, tosse e fadiga, enquanto em D56, D128 e D168, o principal sintoma informado foi dor de cabeça. Até março de 2022, 15 pacientes completaram 1 ano de seguimento (D336) e os sintomas mais informados foram dor de cabeça, fadiga e confusão mental. Com a inserção da vacinação para COVID-19 em 2021, 119 participantes foram imunizados com pelo menos a 1ª dose. Estes resultados preliminares são relevantes para compreender a história natural da COVID-19, fornecendo evidências e ferramentas que auxiliem no fortalecimento dos sistemas de vigilância em saúde, para responder de modo eficiente aos desafios da pandemia.

Palavras-chave

Pandemia. COVID-19. SARS-CoV-2. Epidemiologia. Saúde Pública.