57º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

Dados do Trabalho


Título

Diagnóstico molecular para identificação de reservatórios urbanos para Leishmaniose Visceral no município de Barra Mansa (RJ)

Introdução

A Leishmaniose Visceral (LV) representa um importante problema em saúde pública para o Brasil, sendo o cão doméstico a principal fonte de infecção para o vetor. O controle da enfermidade é baseado no diagnóstico e eutanásia de cães infectados por Leishmania infantum que apresentam soropositividade para infecção, tornando-se de extrema importância a acurácia dos testes diagnósticos para que ajudem os programas de saúde pública a reduzirem a eutanásia de cães falso-positivos e manutenção de falso-negativos em áreas endêmicas. Aliado aos testes-rápidos, o diagnóstico molecular realizado através da técnica de reação em cadeia da polimerase quantitativa (qPCR) apresenta alta acurácia e sensibilidade para a detecção do agente etiológico.

Objetivo(s)

O presente trabalho teve como objetivo realizar o diagnóstico molecular no município de Barra Mansa (RJ), região endêmica para Leishmaniose visceral canina (LVC).

Material e Métodos

Os cães foram captados por meio de busca ativa e a coleta de amostras biológicas contemplou aspirados de medula óssea para técnica de qPCR que foi realizada no Laboratório de Referência em Leishmanioses, Instituto Carlos Chagas, Fundação Oswaldo Cruz (PR). Para a coleta de aspirado de medula óssea, os animais foram sedados com o Zoletil 100 (0,1ml/Kg) (Virbac) por via intramuscular. A punção foi realizada no manúbrio do esterno, utilizando seringa de 20ml com agulha 40x12mm, após tricotomia, assepsia e anestesia local com lidocaína 2%. O material obtido foi acondicionado em frasco estéril e armazenado a - 30 ºC para posterior envio à Fundação Oswaldo Cruz (PR), onde as seguintes etapas foram realizadas: extração de DNA de medula óssea dos cães suspeitos, quantificação do DNA extraído e realização da qPCR.

Resultados e Conclusão

Foi possível coletar medula óssea de 258 cães. A quantificação das amostras revelou uma média de 125 ng/ul de DNA nas amostras extraídas, o que indica ótimo rendimento de DNA para utilização na qPCR. No resultado da qPCR foi possível observar que 178 (69%) foram negativos na qPCR e 80 (31%) foram positivos na qPCR, o que indica que ainda ocorre transmissão da LVC no município.

Palavras-chave

Leishmaniose visceral, Leishmania infantum, diagnóstico, qPCR.

Área

Eixo 06 | Protozooses

Autores

Thais Cristina Tirado, Monique Paiva Campos, Mariane Marques, Artur Augusto Mendes-Velho Junior, Adilson Benedito de Almeida, Fabiano Borges Figueiredo